Jornalistas estrangeiros pegos de surpresa com bloqueio do Whatsapp no Brasil

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 03/05/2016 às 12:38
Foto: Reprodução
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Com Agência Brasil

Os colegas estrangeiros que vieram ao Brasil para cobrir, entre outros eventos, a chegada da Tocha Olímpica, foram pegos de surpresa: não podem mandar mensagens para as suas matrizes por meio do Whatsapp, bloqueado desde ontem.

"Realmente estou surpresa que algo assim acontecesse em um momento como este [a chegada da lanterna com a Chama Olímpica e o deslocamento da Tocha Olímpica]", disse à Agência Brasil a repórter peruana da Latina Televisión, Marisol Choquehuanca. "Além de não conseguir falar com minha equipe no exterior, está sendo complicado marcar entrevista com alguns personagens para minhas matérias", disse a jornalista.

De acordo com a ABR, a decisão do juiz Marcel Montalvão, da comarca de Lagarto (SE), causou surpresa a jornalista peruana. "Quando soube que o WhatsApp seria bloqueado, imaginei que seria por algo muito importante, como a Operação Lava Jato. Mas, pelo que vi, a justificativa não é tão importante. O mais incrível é a quantidade de pessoas que serão afetadas por causa dessa decisão", acrescentou Marisol.

O jornalista nipo-argentino Ariel Morkoni, do jornal japonês Yomiuri, também foi surpreendido. "Nunca vi isso. Só aqui no Brasil", disse o jornalista que, por trabalhar na equipe de correspondentes do Yomiuri no continente, tem de se comunicar rotineiramente com Japão, Argentina e demais países da América do Sul.

"Isso certamente poderá causar algum transtorno, em especial para a comunicação pessoal, mas por enquanto não estou sentindo tanta falta, porque acabei de chegar em Brasília. É possível que isso venha a me causar problemas nos próximos dias, principalmente para a comunicação com Argentina, Equador e alguns países sul-americanos. Tentarei me comunicar com eles por meio de outros aplicativos, como o Telegram ou via Facebook. Em relação ao Japão, acho que não terei maiores problemas porque, lá, o aplicativo mais usado é outro, chamado Line", disse Morkoni à Agência Brasil.

A peruana Elisabeth Ramos, que trabalha para uma das empresas patrocinadoras dos Jogos Olímpicos, estranhou também a medida. "Como uso uma operadora estrangeira, não tive, pelo menos até o momento, problemas. Mas confesso ter estranhado esse tipo de medida em um momento como esse".