Startup pernambucana bHave quer ajudar no tratamento de crianças com autismo

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 31/03/2016 às 8:50
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Um grupo de jovens empreendedores do Recife, das mais variadas formações, se uniu para criar uma ferramenta que ajude o trabalho dos profissionais que tratam de crianças autistas. No próximo sábado, dia 2 de abril – Dia Mundial da Conscientização do Autismo – o grupo irá lançar uma campanha de financiamento coletivo para que o bHave possa ser lançado no mercado.

A ideia surgiu a partir da necessidade de se dar mais agilidade aos processos de compilação de dados coletados a partir da técnica de Análise do Comportamento Aplicada (ABA). “Minha esposa é psicóloga e atua na área de análise do comportamento, e percebi que algumas das etapas da sua rotina de trabalho poderiam ser otimizadas", explica Cauê Nascimento, um dos idealizadores do bHave.

Boa parte do trabalho desses profissionais está realizar estudos sistemáticos e levantar dados em cada sessão, que posteriormente são analisados. Essas informações são trocadas todos os dias entre os profissionais envolvidos no tratamento e família – com isso, pilhas de documentos são gerados e arquivados em papéis para posteriormente serem transcritos manualmente em planilhas no computador.

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“Atualmente, o processo de computação de dados é lento por uma série de fatores. O bHave foi criado para otimizar não só esses procedimentos e padronizar a forma como os profissionais se comunicam, mas também gerar relatórios mais rápidos e claros, com planilhas e gráficos, que podem ser apresentados até aos familiares de maneira mais assertiva", explica a psicóloga e terapeuta ABA, Maria Tereza Pedrosa.

Nas primeiras fases do projeto, a equipe do bHave entrou em contato com instituições que tratam de crianças diagnosticadas com autismo para entender quais eram as principais dificuldades encontradas pelos terapeutas.

“Existia a vontade de ajudar, mas para desenvolver a plataforma precisávamos entender o processo por dentro. Muitas etapas foram influenciadas diretamente por esse feedback, como pro exemplo o design do aplicativo, que foi feito para não desviar a atenção do paciente, ao mesmo tempo que permite que o terapeuta preencha o formulário digital com uma só mão”, lembra Fernando Ramalho, gerente de projetos do bHave.

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A plataforma já está em desenvolvimento, mas precisa do apoio do financiamento coletivo para contratar mais desenvolvedores e finalizar o projeto. No sábado, ao lado de outras instituições que ajudam famílias com crianças autistas estará promovendo a campanha no térreo do RioMar Shopping.

“Esse apoio financeiro nos permitirá lançar o bHave. A partir disso, a empresa será mantida através do licenciamento do uso pelos profissionais, através de uma mensalidade”, afirma Cauê. O bHave será lançado em português, inglês e espanhol, e já existe um plano de lançamento também no exterior.

https://vimeo.com/160950778