Foto: NASA 85/LL - SEVA, Pre-EVA-1, EVA-1 & 2
O novo diretor da Agência Espacial Europeia (ESA) insistiu na ideia de uma aldeia multinacional de pesquisa na Lua para substituir a Estação Espacial Internacional (ISS). Por ora, trata-se apenas de uma ideia - considerada desmedida por uns - mas Jan Woerner garante que o momento é a única opção que está sobre a mesa.
A ideia consiste numa base de exploração lunar ocupada por robôs e humanos que potencialmente serviria como uma escala para viagens espaciais e local da extração mineral.
"Não se trata de construir casas, uma prefeitura e uma igreja", disse Woerner, que dirige a ESA desde julho passado. A Aldeia Lunar, explicou, teria "usos e usuários múltiplos". "Um determinado país poderá ter mais interesse na parte científica, outro pode querer levar uma empresa de mineração privada, outro querer usar a lua como base para explorações mais distantes", disse Woerner a jornalistas em Paris.
"Este é o regime geral e, claro, estamos agora discutindo em todo o mundo para ver se há interesse suficiente", disse. O tempo para fazê-lo, segundo ele, seria "após a ISS". A estação espacial orbital é um projeto conjunto do Canadá, Estados Unidos, Japão e Rússia - que concordaram em financiá-la e operá-la pelo menos até 2024 - e a União Europeia (UE), que não se comprometeu para além de 2020.
Ideias novas - Woerner disse que espera convencer os estados-membros de que a ESA estenda seu envolvimento na estação espacial. Uma vez concluída a ISS, Woerner disse: "imagino a Aldeia Lunar como seu sucessor ideal para a exploração".
"No momento não há nenhuma proposta sobre a mesa na competição" para a Aldeia Lunar. Resta escolher onde instalá-la. "O lado escuro ou claro, ou talvez nos polos?", acrescentou.
Tendo decidido o lugar, continuou Woerner, cada país ou agência espacial deve especificar a forma como querem participar do projeto. "A Rússia tem algumas missões lunares planejadas, então porque não somá-las à Aldeia Lunar?" comentou. Ele disse que a China também está planejando algumas missões lunares".
Woerner parece não se importar que alguns considerem seu projeto uma loucura. "A palavra 'loucura' é justamente o que mais me agrada. Temos que pensar fora da caixinha, isso significa ideias novas", disse.
O engenheiro alemão de 61 anos comentou que havia evocado o projeto durante dois encontros sobre atividades espaciais no ano passado nos Estados Unidos e Israel. "Várias organizações do mundo inteiro me preguntaram como podem participar", aposta.
A ideia será debatida nas negociações com as agências espaciais dos Estados Unidos, Japão, Canadá e Rússia previstas para as próximas semanas para discutir o futuro da ISS.
Além disso, Woerner disse que a missão russo-europeia EcoMars 2018, que planeja enviar um robô a Marte para explorar possíveis vestígios de vida passada em Marte, precisa de fundos adicionais.