Astrônomos observam explosão mais potente de estrela já vista

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 15/01/2016 às 10:55
Outra supernova, a G352, deu uma limpada na região em volta, o equivalente à massa de 45 sóis
Outra supernova, a G352, deu uma limpada na região em volta, o equivalente à massa de 45 sóis FOTO: Outra supernova, a G352, deu uma limpada na região em volta, o equivalente à massa de 45 sóis

Outra supernova, a G352, deu uma limpada na região em volta, o equivalente à massa de 45 sóis Outra supernova, a G352, deu uma limpada na região em volta, o equivalente a massa de 45 sóis

Incrédulos, os astrônomos observam há vários meses uma supernova, que é a explosão de uma estrela no final de sua vida, de potência nunca antes vista na história da astrofísica e com uma luminosidade 570 vezes maior do que a do sol. Esta observação poderia ajudar a compreender melhor fenômenos celestes extremos que ainda são um mistério.

Esta supernova, batizada ASASSN-15lh, é 200 vezes mais potente que a explosão típica destes objetos, que são os mais brilhantes do Universo. Tem mais do dobro de potência que o recorde anterior, estimam os cientistas cuja descoberta foi publicada na quinta-feira na revista especializada Science.

"ASASSN-15lh é a supernova mais potente já descoberta na história da humanidade", disse Subo Dong, professor de astronomia da Universidade de Pequim e um dos principais autores do estudo. "O mecanismo explosivo, a fonte de potência de sua explosão, assim como a energia liberada continuam sendo um mistério", disse.

No auge da explosão, a intensidade luminosa de ASASSN-15lh equivale a cerca de vinte vezes a de todas as 100 bilhões de estrelas que compõem nossa galáxia, a Via Láctea, calcularam os astrônomos. Este recorde de potência explosiva é um exemplo excepcional "de supernova hiper-luminosa", uma variedade incomum de explosões de grande intensidade provocada por algumas estrelas moribundas.

"Os cientistas estão francamente na obscuridade da natureza destas estrelas e dos mecanismos estelares que poderiam explicar a ocorrência destas supernovas extremas", dizem os investigadores.

Esta supernova, que está a cerca de 3,8 bilhões de anos-luz da Terra (um ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros) numa galáxia distante, foi detectada pela primeira vez em junho de 2015 pelos telescópios de Cerri Tolol no Chile, que participam do "Automated Survey for SuperNovae", um projeto internacional que rastreia as supernovas.

Então, outros telescópios mais poderosos em todo o mundo começaram a empreender uma campanha de observações que continua até hoje. A análise indica que o espectro de luz da supernova não se assemelha a qualquer um das outras 250 supernovas descobertas até agora por este grupo desde a sua criação em 2014.