Pedaço de lixo espacial deve cair na Terra nesta sexta-feira 13, sem riscos

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 11/11/2015 às 8:36

lixo

O objeto identificado pelos astrônomos como WT1190F deverá cair na Terra nesta sexta (13). Ele é uma provável relíquia de missões à Lua e vai queimar na reentrada na atmosfera sobre o Oceano Índico.

Cientistas e astrônomos amadores ao redor do mundo estão acompanhando de perto a trajetória desse provável pedaço de lixo espacial que deverá cair na Terra na próxima sexta-feira, 13 de novembro, sem nenhum risco para pessoas em solo. Designado WT1190F, o objeto foi detectado pela primeira vez em 2013 pelo Levantamento do Céu Catalina - projeto baseado na Universidade do Arizona, EUA, com o objetivo de buscar por asteroides e cometas que passem perto de nosso planeta, os chamados NEOs (sigla em inglês para “objetos próximos da Terra”) – em uma órbita translunar, isto é, que o leva além da Lua, e novamente observado no último dia 3 de outubro.

Além disso, o WT1190F apareceu pelo menos três vezes nos arquivos do Pan-STARRS, outro programa de busca de NEOs que usa telescópios instalados no Havaí, em 2012, 2013 e 2015. Estes múltiplos avistamentos permitiram aos cientistas calcularem com uma precisão inédita sua reentrada na atmosfera, prevista para as 4h19 de sexta (horário de Brasília) em um ponto sobre o Oceano Índico a cerca de 100 quilômetros ao Sul da costa do Sri Lanka, segundo a Agência Espacial Europeia (ESA).

terra2

- O objeto é bem pequeno, com no máximo um par de metros de diâmetro, e uma parte significativa dele, se não todo, deverá queimar completamente na atmosfera – disse Tim Flohrer, funcionário do Escritório para Lixo Espacial da ESA junto ao centro de operações da agência europeia, em um comunicado.

Ainda de acordo com a ESA, análises da trajetória do WT1190F indicam que o objeto tem uma densidade muito baixa, apenas 10% a da água, bem menor do que a de rochas que comporiam um asteroide ou mesmo da mistura de rochas, poeira, gelo e gases de um cometa. Isso e a sua órbita translunar sugerem que ele seja uma relíquia de missões à Lua, talvez mesmo dos voos tripulados do projeto Apollo realizados pela Nasa entre o fim dos anos 1960 e início da década de 1970.

- Sua densidade de fato é compatível com o objeto ser uma casca oca, como o último estágio usado de um foguete ou parte de um estágio – considerou Detlef Koschny, responsável pelas atividades relativas a NEOs da ESA no mesmo comunicado.