A ciência contra a dengue: como anda o combate à doença nos laboratórios

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 16/06/2015 às 7:41

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(Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas) (Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

A luta contra a dengue não tem que acontecer apenas dentro das casas, evitando a formação de criadouros do Aedes aegypti, mas também dentro dos laboratórios. Além da Fiocruz, no Rio, da francesa Sanofi Pasteur e do Instituto Butantã, que buscam uma vacina contra a doença, vários estudos movimentam pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp).

Uma das pesquisas da USP gira em torno da inversão sexual do mosquito. Tendo em vista que a fêmea do inseto é a responsável por transmitir o vírus, a ideia é produzir machos esterilizados geneticamente para controlar infestações. Outra investigação do Instituto de Ciências Biomédicas da USP é a indução gênica. Em outra palavras, os cientistas querem mudar o comportamento do sistema de defesa da fêmea para que ele possa reagir contra o vírus da dengue.

Desta forma, ela poderia morrer ou eliminar o agressor antes de transmiti-lo para os humanos. Quando pica, o mosquito precisa de 10 a 12 dias para a maturação dos ovos e só então se torna transmissora em potencial da doença. A ideia é trabalhar explorando este intervalo de tempo.

Outra linha de pesquisa do Instituto de Física de São Carlos da USP e da empresa DNApta Biotecnologia busca auxiliar aquelas pessoas que já estão infectadas. Por isto, eles desenvolveram um biossensor capaz de diagnosticar a dengue com maior rapidez e facilidade, além de menor custo dos que os exames laboratoriais existentes. Para isto, a tecnologia do aparelho é baseada na detecção elétrica de uma proteína que é secretada pelos quatro tipos de vírus da dengue e encontrado no sangue das pessoas com infecção primária e secundária do segundo até o novo dia após o início da doença.

Outro estudo em andamento na University of California em Davis, nos EUA, quer produzir repelentes mais potentes, utilizando o composto químico DEET. O princípio ativo é bastante utilizado em repelentes por afastar o inseto interferir no funcionamento de receptores sensoriais de suas antenas. A pesquisa é coordenada pelo brasileiro Walter Leal e descobriu exatamente como funciona o composto químico (algo desconhecido até então).

O estudo é uma esperança não apenas no combate à dengue, mas a doenças como malária, leishmaniose, esquistossomose, febre amarela ou qualquer outra doença transmitida por mosquistos, moscas e carrapatos. [Com informações da Agência Fapesp]