Conheça o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 08/06/2015 às 8:16

barrinhaBrilux

(Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas) (Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

Apesar de os casos de dengue no Brasil terem diminuído, segundo boletim divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde, os cuidados para evitar que o mosquito volte a se proliferar devem continuar. Mas, para ajudar no combate à doença, é importante que a população conheça o mosquito transmissor.

O Aedes aegypti foi descrito cientificamente pela primeira vez em 1762, e naquela época, se chamava Culex aegypti (mosquito egípcio). Apenas em 1818, ele recebeu o gênero Aedes. As teorias mais aceitas indicam que o inseto de cor preta com manchas brancas se disseminou na África e chegou ao Brasil e a outros países pelas embarcações que traziam escravos.

Em 1955, o mosquito chegou a ser erradicado do País, que foi considerado livre do vetor pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mas como ele ainda existia em países como Venezuela, Estados Unidos, Guianas e Suriname, houve a reintrodução do Aedes no fim de década de 1960. À época, o que impulsionou a erradicação do mosquito no Brasil foi o fato de ele transmitir a febre amarela urbana.

Ao contrário do que muitos pensam, não são todos os Aedes aegypti que transmitem a doença. Como o mosquito suga o sangue humano para produzir ovos, apenas as fêmeas infectivas podem passar, neste processo, a doença para um humano. Os machos também podem picar, ocasionalmente, mas sua alimentação é composta de néctar e seiva.

(Foto: Reprodução) (Foto: Reprodução)

Para produzir um lote de ovos, o mosquito da dengue pode picar de uma a cinco pessoas. E é aí onde mora o perigo e a necessidade de erradicar as larvas, visto que quando elas se transformam em mosquitos, terão um potencial grande para infectar várias pessoas. Ainda mais porque estes insetos aplicam uma substância anestésica quando picam, fazendo com que não haja dor.

Os Aedes aegypti são típicos de regiões urbanas e de clima tropical e subtropical, não conseguindo viver em regiões frias. Em condições ambientais favoráveis, após a eclosão do ovo, o desenvolvimento do mosquito para a forma adulta pode durar até 10 dias. Por isto é importante que a pessoa elimine os criadouros (qualquer recipiente que acumule água limpa e parada) uma vez por semana, quebrando, assim, o ciclo de vida dele.

Os mosquitos costumam picar o ser humano no começo da manhã ou no fim de tarde. As regiões mais visadas são os pés, tornozelos e pernas, pois costumam voar a uma altura máxima de meio metro. Uma fêmea pode dar origem a 1.500 insetos durante sua vida e as larvas filhas já podem nascer com o vírus da dengue (se a mãe estiver infectada).

O mosquito da dengue também é encontrado em outros países da América e Ásia, além de Austrália e Polinésia Pacífica. [Com informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)]