Cientista brasileira cria sensor que detecta câncer em estágio inicial e sem biópsia

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 12/04/2015 às 9:32

Kosaka, em Madri: fim das biópsias? Foto: Divulgação. Kosaka, em Madri: fim das biópsias? Foto: Divulgação.

Uma cientista brasileira está desenvolvendo uma nova tecnologia para identificar câncer em estágio inicial. Priscila Monteiro Kosaka, doutora em química e pesquisadora do Instituto de Microeletrônica de Madri, criou um nanosensor para detectar a doença antes do surgimento dos sintomas.

Ela está desenvolvendo um biomarcador para saber se o indivíduo possui um tipo específico de doença. O sensor interage com anticorpos na amostra analisada.

Segundo Kosaka, ele funciona como um "pequeno trampolim" com anticorpos na superfície. Ao entrar em contato com o sangue de alguém com um tumor maligno, esses anticorpos ficam mais pesados e mudam de cor.

O nanosensor possui uma sensibilidade 10 milhões de vezes maior que os exames tradicionais para detecção de câncer em pacientes. A taxa de erro é de apenas dois em cada 10 mil ensaios feitos em laboratório.

Quando chegar ao mercado esse nanosensor vai permitir uma maior rapidez no início do prognóstico e tratamento, o que vai aumentar as chances de cura. Além disso vai evitar as biópsias, um dos exames mais invasivos para detecção de câncer no organismo.

O Instituto de Microeletrônica quer agora levar a mesma proposta para a detecção do Mal de Alzheimer e vírus da aids.

O nanosensor está sendo desenvolvido há quatro anos, mas para chegar ao mercado ainda será necessário fazer testes com humanos. Além disso o custo precisa ficar acessível. A previsão é que isso aconteça em dez anos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil tem 576 mil casos de câncer por ano. [Via UOL, Olhar Digital]