Astrônomos encontram oito sistemas solares com participação de laboratório brasileiro

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 16/03/2015 às 9:10

Foto: Divulgação. Foto: Divulgação.

Astrônomos de dois times independentes – um do levantamento Dark Energy Survey (DES) e outro da Universidade de Cambridge, na Inglaterra – anunciaram nesta semana a descoberta de mais oito sistemas estelares satélites da Via Láctea.

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A identificação dos sistemas estelares baseou-se nos dados do primeiro ano do DES, cuja análise foi liderada pelos astrônomos norte-americanos Alex Drlica-Wagner e Keith Bechtol. O grupo brasileiro no projeto internacional – o DES-Brazil – também teve participação ativa no achado.

O grupo de trabalho internacional do DES que lida com a Via Láctea (DES-MW) é coordenado pelo pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e membro do DES-Brazil, Basílio Santiago. Sua equipe esteve entre as primeiras a identificar os novos objetos. Parte deles foi reconhecida a partir do uso de ferramentas desenvolvidas pelo DES-Brazil e disponíveis em um portal científico, acessível via web para a colaboração.

O DES é responsável pelo levantamento profundo de uma ampla região do Hemisfério Sul. Com duração prevista de cinco anos, o projeto envolve mais de 300 participantes de dezenas de instituições de vários países, incluindo o Brasil.

Laboratório

A participação brasileira no DES é gerenciada pelo Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LlneA), cuja responsabilidade é promover a participação de pesquisadores em grandes projetos internacionais que envolvem o uso intensivo de tecnologia da informação. O LIneA envolve, além do Observatório Nacional (ON), o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), todas instituições vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Os oito sistemas estelares recém-descobertos são objetos constituídos por estrelas velhas e pobres em elementos químicos pesados, o que é típico das estrelas situadas no halo estelar, o componente mais externo da Via Láctea.

Eles variam em tamanho e distância, mas a maioria tem propriedades mais parecidas com as de uma galáxia anã do que com um aglomerado estelar. A serem confirmadas como galáxias anãs, essa descoberta aumenta em um terço o número desses objetos conhecidos e que orbitam em torno da Via Láctea. [Via Observatório Nacional]