E-commerce no Brasil tem aumento de 24% e uso elevado de sites estrangeiros

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 04/02/2015 às 17:01

Foto: Reproduçao/tecnoetc.com.br. Foto: Reproduçao/tecnoetc.com.br.

O comércio eletrônico brasileiro cresceu 24% em 2014 e teve um aumento considerável no acesso aos smartphones, o que ajudou a alavancar o chamado "mobile commerce". Outra tendência identificada foi a procura cada vez maior por sites internacionais.

As conclusões foram apresentadas pelo relatório WebShoppers, o maior do setor, publicado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) nesta quarta (4). Segundo o texto, o Brasil superou a expectativa inicial para o faturamento do setor e registrou crescimento de 24% em relação a 2013. A receita chegou a R$ 35,8 bilhões, resultado dos 103,4 milhões de pedidos feitos, sendo 17% maior que o número do ano anterior.

Ao todo, o Brasil soma 61,6 milhões de e-consumidores únicos, aqueles que já fizeram ao menos uma compra online. Em 2014, 51,5 milhões estiveram ativos e, destes, os entrantes, aqueles que tiveram sua primeira experiência, eram 10,2 milhões. O tíquete médio foi de R$ 347, valor 6% acima do registrado em 2013. Até o fim de 2015, a E-bit prevê que o e-commerce alcance um faturamento de R$ 43 bilhões - 20% maior que o do último ano.

"A cada ano percebemos um amadurecimento maior do setor de e-commerce no Brasil. Tanto as lojas estão melhorando a experiência de navegação e compra em seus sites, como os consumidores estão confiando mais e aproveitando esta praticidade com as diversas vantagens que a compra online oferece, como descontos, variedade de produtos e entrega em casa", explica o presidente do Conselho de E-commerce da FecomercioSP, Pedro Guasti.

Moda é o que mais vende

Moda e Acessórios continua sendo a categoria que mais vende pela internet, com 17% de participação no volume de pedidos. Em seguida, estão Cosméticos e Perfumaria/Cuidados Pessoais/Saúde (15%), Eletrodomésticos (12%), Telefonia e Celulares (8%) e Livros/Assinaturas e Revistas (8%), completando as cinco primeiras.

O mobile commerce, ou seja, as vendas realizadas por meio de aparelhos móveis (via browsers) representam atualmente 9,7% das compras pela internet no País. A maior parte dessas transações é originada de smartphones (56%), de acordo com o registrado no fim do ano, tendo superado o uso dos tablets (que iniciou o ano com 60%) para esta finalidade.

O perfil do consumidor mobile mostra as classes A e B como as que mais consomem com a plataforma (62%), ante as classes C e D (27%). Este consumidor tem, inclusive, a renda média maior, se compararmos com a daquele consumidor de e-commerce apenas, sendo R$ 6.128 contra R$ 4.378.

Quanto ao sexo e à idade, as mulheres são as quem mais compram via smartphones ou tablets, representando 56% desse público. A média de idade deste consumidor é de 40 anos, sendo de 35 a 49 anos a faixa etária que mais realiza compras (39% delas e 38% deles).

Compras em sites internacionais

Os sites internacionais cresceram na preferência dos brasileiros quando o assunto é a aquisição de um produto pela web, e as razões são os preços mais baixos e a não disponibilidade do produto procurado em sites nacionais, além do fato de ele ainda não ter sido lançado pelas lojas locais. Quatro em cada dez brasileiros efetuaram alguma compra nessas lojas virtuais no último ano. Somente os sites chineses representam 55% da última transação realizada - quando a pesquisa foi respondida pelos consumidores, no fim de 2014.

O relatório completo estará disponível para download gratuito a partir de amanhã (quinta, 5 de fevereiro), no site da e-Bit.