Como funcionava a Enigma, a máquina nazista que quase venceu a Segunda Guerra

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 21/01/2015 às 16:19

Foto: Reprodução/BBC. Foto: Reprodução/BBC.

A máquina conhecida como Enigma foi uma das maiores inimigas da humanidade até que Alan Turing inventasse uma máquina ainda melhor para decifrá-la. E sem ele era bem provável que os nazistas vencessem a guerra e o mundo como conhecemos hoje poderia não ter existido.

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As previsões parecem hoje exageradas, mas em 1942 os países aliados não vinham tendo uma boa campanha e perdiam milhares de vidas para os ataques dos alemães. A máquina foi criada pelo engenheiro alemão Arthur Scherbius no fim da Primeira Guerra Mundial para uso comercial. Só em meados dos anos 1920 que governos em diversos países passaram a fazer uso militar do invento.

Semelhante a uma máquina de escrever, o aparelho era portátil e pesava cerca de seis quilos. Os modelos alemães foram usados para ecriptar mensagens militares que colocaram os nazistas em vantagem durante parte da guerra. Apesar de alguns matemáticos e equipes na França, Polônia e Alemanha terem tido sucesso em quebrar o código da Enigma foi preciso de um processo que conseguisse decifrar o modo como ela funcionava.

Foto: Divulgação. Foto: Divulgação.

A criptografia da Enigma era bastante simples, mas sua engrenagem gerava milhares de possibilidades, o que tornava a tarefa em decifrar suas mensagens quase humanamente impossível. O pesquisador Ivan Boesing, do Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul explicou em vídeo como funcionava a Enigma.

Ele foi resposável por buscar a máquina nos Estados Unidos. A máquina tem cinco rotores, mas apenas três rotores são selecionados. Uma tabela distribuída pelos nazistas mensalmente dizia quais rotores seriam utilizados. Além disso, era ainda preciso saber quais as posições possíveis nos vinte e seis anéis de cada rotor. Para tornar tudo isso mais complicado, o operador ainda precisava saber a posição inicial de uma sequência de três posições.

Ao total as possibilidades numéricas chegavam a seis sextilhões de códigos.

Ou seja, o trabalho de Alan Turing não foi nada fácil. Veja o vídeo explicativo:

https://www.youtube.com/watch?v=VMJeDLv2suw