Vivo terá que manter planos de usuários da GVT por 18 meses

Romeu Leite Coutinho
Romeu Leite Coutinho
Publicado em 22/12/2014 às 18:23

Foto: Divulgação. Foto: Divulgação.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deu autorização para a fusão da Vivo com a GVT, mas determinou que a nova companhia mantenha os planos dos usuários da GVT por até 18 meses.

Em setembro, a francesa Vivendi, controladora da GVT, vendeu a companhia para os espanhóis da Telefónica em um acordo avaliado em 7,2 bilhões de euros (cerca de US$ 9 bilhões). A Telefónica também é a maior acionista da TIM, mas pretende fundir a GVT com a Vivo no Brasil. A GVT, criada há 14 anos, conta com 1,5 milhão de clientes no país.

A aprovação na Anatel ocorreu nesta segunda e as empresas terão que cumprir algumas condicionantes. Entre elas, a Vivo terá que manter os contratos de todos os usuários por 18 meses. Em sete cidades em São Paulo e no Espírito Santo (Várzea Paulista, Votorantim, Suzano e Guarujá; e Cariacica, Serra e Vila Velha), onde há alta concentração de usuários dessas empresas, o que os deixará com poucas opções de escolha após a fusão, haverá uma fiscalização para evitar problemas aos usuários.

A nova empresa terá também que manter todos os planos oferecidos atualmente pelo mesmo período de 18 meses, em que acontecerá a fusão das empresas. Outra decisão da agência reguladora foi que a Vivo não poderá reduzir a cobertura atual da GVT, que se expandiu bastante para fora do estado de São Paulo. E também determinou que ela apresente um plano de expansão em 90 dias para alcançar pelo menos mais dez cidades no país.

A fusão ainda terá que ser autorizada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Segundo apurou a reportagem, contudo, a operação não deve ter problemas para passar pelo órgão antitruste. A avaliação preliminar, sem a análise minuciosa dos dados, indica que, caso haja restrições pelo órgão, elas devem ser limitadas.

Como a GVT não atua em telefonia móvel e começou a operar recentemente em São Paulo, local onde a Telefônica Brasil compete em banda larga e telefonia fixa, os eventuais problemas concorrenciais serão pequenos.

A maior preocupação do órgão, segundo fontes próximas, é em relação à nova posição da francesa Vivendi no mercado brasileiro.

A empresa, que antes atuava apenas por meio da GVT no país, terá participação indireta na Vivo e na Tim, já que a francesa assumirá fatia na Telefônica e na Telecom Itália, controladora das operadoras, como pagamento pela venda da subsidiária brasileira. [Da Folhapress]