Google Street View mapeia as belezas naturais de Fernando de Noronha

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 25/11/2014 às 13:47

Foto: Divulgação/Google. As imagens serão disponibilizadas ao público em 2015. (Foto: Divulgação/Google).

Fernando de Noronha será mapeado dentro do Street View, o serviço de mapeamento em 360 graus do Google. O arquipélago pernambucano é um dos mais famosos cartões postais do país e possui um estrito controle ambiental. As imagens estão sendo digitalizadas e serão disponibilizadas ao público em 2015.

De acordo com o administrador da ilha, Reginaldo Valença Jr., o limite ao acesso é importante para manter a preservação. "É necessário conscientizar as pessoas da importância de conservar este paraíso", afirma Reginaldo. Por este motivo, uma parceria firmada entre o a Administração da Ilha, o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade e o Google vai criar uma versão on-line da Ilha no serviço Street View. Regiões submarinas também foram registradas.

A iniciativa faz parte de dois braços do Street View do Google dedicados à digitalização de reservas e parques naturais: o Parks (que abrange áreas continentais) e o Oceans (de submarinas). Com Noronha e Atol das Rocas, já são treze regiões do tipo grava das pelas câmeras. Na lista, há Galápagos, no Equador, e a Grande Barreira de Corais da Austrália. No Brasil a empresa pretende expandir o mapeamento para todos os parques Nacionais, incluindo Amazônia.

O projeto de Noronha é pioneiro em três aspectos. Além de ser o primeiro território brasileiro da lista, nunca foi feito um mapa subaquático do arquipélago e também é a primeira vez que o Google usa bugues (única forma de trafegar por parte do terreno).

noronha4 Até debaixo d'água: Este é o primeiro território natural brasileiro a ser mapeado. (Divulgação).

Como foi feito

O google adotou duas táticas para digitalizar a Ilha, com a utilização de dois equipamentos: uma para terra e outro para o mar. O equipamento usado em terra pesa 20 quilos, e foram digitalizados 50 quilômetros da Ilha. O aparelho tem 15 câmeras, que tiram fotos em alta resolução, ao ritmo de uma a cada 2 segundos e meio (dando a sensação de 360 graus das imagens).

Com o GPS embutido, captam-se as coordenadas de cada clique, para formar o mapa de navegação no site do Google. Um acelerômetro - dispositivo que ajuda a estabilizar as imagens - elimina a influência das vibrações do carro, do bugue, do barco ou tropeços do cameraman. O fotógrafo controla o aparelho com um smartphone. Após serem armazenadas nos servidores do Google, as imagens passam por um software que elimina das fotos a presença do fotógrafo e dos veículos de transporte, além de borrar o rosto de pessoas e as placas de carros.

Embaixo da água, o equipamento utilizado pesava 65 quilos, e foram digitalizados 6 quilômetros. No aparelho, 3 câmeras foram acopladas, todas com lentes de grande ângulo de visão, que tiram fotos a cada 3 segundos, em grande resolução. O GPS da câmera registra as coordenadas. Em um tablet, o também à prova d'água, o mergulhador ajusta as câmeras e confere as imagens capturadas.

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