Palestra em robótica industrial abordou atual mercado de Pernambuco

Romeu Leite Coutinho
Romeu Leite Coutinho
Publicado em 24/07/2014 às 18:18

(Foto: Mayra Cavalcanti) (Foto: Mayra Cavalcanti)

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Apenas a nova fábrica da Fiat em Pernambuco, na cidade de Goiana, trará ao estado 800 robôs, que serão usados na montagem de 200 mil automóveis por ano. Além disso, a modernização da refinaria também representará um desafio para o estado em relação à mão de obra especializada. Este foi o tema da palestra Robótica Industrial - os robôs que aportam em Pernambuco com o novo polo industrial, no segundo dia da Campus Party Recife (CPRecife3), no Centro de Convenções, em Olinda.

O debate envolveu o idealizador da plataforma Robolivre e engenheiro de sistemas do CESAR, Henrique Forest; Erwin Romel, coordenador acadêmico do curso de Tecnologia em Mecatrônica Industrial do Senai e João Paulo Cerqueiro, doutor e mestre em Engenharia Elétrica pela Unicamp e engenheiro elétrico pela UFPE. A palestra aconteceu no palco Galileu.

De acordo com Henrique Forest, o robô industrial é feito para ficar na indústria e, geralmente, não têm contato com ninguém, pois ficam envoltos no que é chamado de envelope, uma proteção para evitar a aproximação de humanos. "Robôs de duas décadas atrás foram feitos para serem assim, mas a revolução que estamos vivendo é justamente esta, com robôs modernos que interagem com humanos", declarou.

No mundo são vendidos cerca de 162 mil robôs industriais. Apenas nas Américas, foram 7% de aumento nas vendas. Henrique enfatizou o trabalho feito com crianças, como os realizados pelas redes de ensino do Recife, que vêm preparando, desde cedo, pessoas para este mercado de trabalho. "Os quadros de controle dos robôs são grandes e consumem muita energia. Alguém que trabalhe nessa área, atualmente, deve pensar em melhorias para a forma como o sistema funciona", explicou.

Em relação à substituição da mão de obra humana para a de robôs, Erwin Romel comentou que a máquina veio para fazer aquilo que o ser humano tinha que fazer de forma automática e repetitiva. "Muitos trabalhadores tem que desempenhar funções em condições insalubres e os robôs podem nos ajudar exatamente nisto. E em paralelo, as pessoas que desempenhavam este trabalho podem se especializar e continuar na área".

Ao final da palestra, os três convidados responderam às perguntas dos campuseiros, que se referiram, principalmente, ao novo mercado e também à preparação das instituições de ensino superior do estado para atender à nova demanda.