Empresário orienta campuseiros que desejam sucesso ao abrir um negócio

Romeu Leite Coutinho
Romeu Leite Coutinho
Publicado em 24/07/2014 às 17:27

aA ideia pode ser ótima, mas nem tudo que é original é oportuno, disse Renato Santos na palestra (Fotos: Mariana Dantas/NE10 A ideia pode ser ótima, mas nem tudo que é original é oportuno, disse Renato Santos na palestra (Fotos: Mariana Dantas/NE10

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Por Mariana Dantas/NE10

Ficar milionário ao criar um aplicativo que conquiste o mundo ou ser o novo Mark Zuckerberg das redes sociais. Esse é o sonho de muitos estudantes da área de tecnologia digital. Mas se a motivação for apenas financeira, o novo negócio tem muitas chances de fracassar. Essa é a opinião do empresário, investidor e consultor do Sebrae, Renato Santos, que na tarde desta quarta-feira (24) falou para os participantes da Campus Party Recife, que acontece no Centro de Convenções, em Olinda. O palestrante, que ganhou fama ao ser conselheiro de Roberto Justus nas duas últimas temporadas do programa de televisão O Aprendiz, disse que para conquistar o sucesso é preciso ter certeza de que a sua ideia está conectada com o mercado, além de ter disposição e talento para empreender.

De acordo com Renato Santos, geralmente, os apaixonados por tecnologia não possuem um perfil social, são pessoas mais fechadas, e por isso sentem dificuldade em perceber as necessidades do mercado. "Isso precisa mudar. As pessoas muito focadas em tecnologia às vezes perdem a conexão com o público em geral. A ideia pode ser ótima, mas nem tudo que é original é oportuno", explicou.

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Apesar de avaliar que muitos jovens de não estão antenados com o mercado consumidor, o empresário destacou que a área de tecnologia é uma das mais promissoras. "Vocês (campuseiros) fazem parte de um mercado em crescimento. São jovens, com tempo disponível e poucas responsabilidades financeiras. Este é o melhor momento para investir. Prova disso é, nos últimos dez anos, a maior parte das empresas que alcançam o sucesso hoje no Brasil foi criada por jovens entre 23 e 30 anos de idade", disse.

Renato Santos destacou ainda que a estabilidade econômica conquistada nos últimos vinte anos vem contribuindo para reduzir o índice e fracasso das empresas nos seus dois primeiros anos de vida. Em 1993, o percentual de sucesso era de apenas 23,6%. Em 2003, cresceu para 57% e na última avaliação, realizada em 2013, chegou a 75,6%. "O Brasil tinha uma fama merecida de alta mortalidade empresarial. Hoje o cenário é outro e as oportunidades também. Basta acreditar, montar uma boa equipe, testar a ideia e investir, seguindo essa ordem", orientou o empresário.