Evento NETMundial, no Brasil, vai discutir futuro da web no mundo

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 21/04/2014 às 13:57

Temas que serão tratados no evento (Divulgação). Temas que serão tratados no evento (Divulgação).

Um dos principais eventos da internet mundial, o NETMundial, irá debater a governança de rede em todo o mundo no próximo dia 23 de abril, em São Paulo. É a primeira vez que o encontro será no Brasil. Representantes de 87 países discutirão temas que foram levantados pela sociedade civil, governos e setor privado.

Os temas mais citados nos documentos revelados do encontro foram privacidade (74), liberdade de expressão (73), globalização da IANA (55), o papel dos governos na governança da Internet (52), o maior envolvimento dos países em desenvolvimento na arquitetura da rede (42), acesso universal (35), o fortalecimento do IGF (29), infraestrutura (29) e a neutralidade de rede (26). Veja a lista completa dos documentos no site oficial.

São esperados 900 participantes, que irão debater o futuro da web no mundo. 33 hubs serão instalados em todo o mundo para uma participação remota. A transmissão será feita para 23 países em mais de 30 cidades.

Foto: Divulgação. Foto: Divulgação.

O Governo Federal tem uma participação importante, pois vai falar da experiência do Marco Civil da Internet, aprovado recentemente pela Câmara dos Deputados e que agora corre no Congresso. A ideia é que sejam discutida uma carta comum para a internet a nível global, com a neutralidade como base.

Entre os debatedores confirmados no encontro estão o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o sociólogo espanhol Manuel Castells e o cantor e ex-ministro da cultura Gilberto Gil. Em paralelo ainda acontece a Arena Mundial, esta aberta ao público, que vai discutir a web do ponto de vista do cidadão comum. Apesar dos dois eventos estarem interligados, a NetMundial vai poder criar agendas que mudarão o modo como utilizamos a web.

A ideia é iniciar um debate que internacionalize a governança de internet, hoje concentrada no ICANN, um órgão sediado nos EUA. Em encontro anteriores, o instituto já acenou com a possibilidade de abrir mão desse monopólio.