#CPBr7: Campuseiros peregrinos enfrentam calor, filas e gastam até R$ 1.500 para curtir a Campus Party

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 28/01/2014 às 12:43

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campus16 Mateus e Daniela vieram de Salvador em uma caravana com mais de 40 pessoas (Fotos: Paulo Floro/NE10)

A Campus Party representa uma peregrinação para muitos jovens e adultos de várias partes do País. Nesta sétima edição, o evento registrou mais de quarenta caravanas de diversos Estados, até mesmo do Nordeste, mesmo com uma possível edição da festa no Recife em julho deste ano. Ao todo, foram oito mil campuseiros inscritos. O custo total para bancar a vinda pode chegar a R$ 1.500 para quem vem do Nordeste.

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Hugo, 24 anos, veio de carro com mais duas amigas e chegou em cima da hora no pavilhão do Anhembi, em São Paulo. Ele passou cerca de seis horas na fila por conta de uma burocracia para comprovar as autorizações de uma colega menor de idade, mas teve boas primeiras impressões. "As instalações são muito boas, apesar do calor. Os banheiros são bons também, com água quente".

O pavilhão com as barracas é um dos espaços que mais sofrem com o calor que acomete a capital paulista essa semana. A temperatura marca entre 29° e 30°, mas a sensação térmica chega a bem mais que isso. Para contornar o problema, a organização espalhou bebedouros em diversos pontos, fornecidos pela Sabesp. Já sobre as filas, sempre presentes na Campus, pareceu não incomodar tanto os campuseiros. "O problema é maior nas primeiras horas, por causa do credenciamento".

campus15 Rodrigo Barreto, do Rio Grande do Sul, veio para a Campus pela primeira vez: "ótimas primeiras impressões" (Foto: Paulo Floro/NE10)

Para o gaúcho Rodrigo Barreto, 31 anos, outro peregrino, esses pequenos problemas não incomodam tanto. Ele vive o sentimento de missão cumprida ao vir para sua primeira Campus Party. "Nunca consegui vir. Já teve anos que comprei passagens e entrada, mas acabei desistindo por um motivo ou outro", conta. "Agora finalmente consegui conciliar trabalho e férias e aqui estou". Rodrigo, que é desenvolvedor de software, veio sozinho e espera conhecer pessoas de outras áreas. "A minha ideia é fazer contato com gente de robótica, web, entre outros assuntos".

Os nordestinos que encontramos no primeiro dia vieram de Salvador, em uma das maiores caravanas deste ano da Campus Party. Foram ao todo 41 pessoas, que chegaram a São Paulo em voos separados. Muitos são veteranos, com duas ou três Campus no currículo, e por isso, são mais exigentes. "Este ano está mais desorganizado. Foram muitas horas na fila para pegar a credencial", disse Mateus Barcellos, 21 anos, freelancer da área de análise de sistemas. "O sistema ficou fora do ar, o que é irônico para um evento de tecnologia".

campus20 Campuseiros passaram muitas horas na fila no primeiro dia.

Sua colega de caravana, Daniela Lopes, 19, estudante de Salvador, já enxerga o lado bom. "Esse ano a vinda foi mais tranquila, pois eles disponibilizaram ônibus gratuitos do metrô até aqui no Anhembi". Mesmo com uma edição no Recife, esses soteropolitanos preferem o evento de São Paulo. "Aqui é uma Campus maior. O investimento para ir ao Recife ia ser caro o bastante que não compensaria", diz Mateus.

Ele disse que ele e seus colegas gastam em média R$ 1.500 na feira, contando passagens de avião, alimentação e ingresso.

campus18 Manhã de segunda, com muitos campuseiros aguardando a credencial.

campus14 Cinco mil barracas foram disponibilizadas pelo evento.

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