Robôs invadem o mercado e ficam mais acessíveis aos consumidores

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 09/01/2014 às 13:05

Os robôs Murata Girl e Boy fizeram sucesso na CES (Foto: AFP) Os robôs Murata Girl e Boy fizeram sucesso na CES (Foto: AFP)

A CES, uma das maiores feira de eletrônicos do mundo, que termina sábado, apresentou uma nova geração de robôs voltada para os diversos tipos de consumidores. Mostrando o grande avanço na área, os robôs desempenham os mais diversos tipos de atividade.

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Bo e Yana, por exemplo, são dos pequenos robôs que cabem na palma da mão e ensinam as crianças a linguagem de programação. "Tudo é sobre diversão programável", explicou Vikas Gupta, fundador da Play-i, empresa da Califórnia que desenhou estes brinquedos.

A dupla pode brincar ou até brigar entre si. "Queremos que as crianças aprendam sobre programação e não se incomodem com uma sobrecarga cognitiva", afirmou Gupta. Os robôs foram desenhados para ser usados por crianças a partir dos cinco anos, explicou o executivo do Google e da Amazon.

Mas a robótica apresentada na feira também incursiona em aparelhos que ajudam a limpar a pia da cozinha ou o fogão e outros que servem simplesmente para acompanhar os idosos. Também chamam atenção os robôs chamados de telepresença, que incluem os "Double Robotics", que podem ser vistos em séries de televisão como a NCIS Los Angeles.

Esses robôs minúsculos se comunicam por Bluetooth (Divulgação) Esses robôs minúsculos se comunicam por Bluetooth (Divulgação)

O "Double Robotics" usa um iPad acoplado a um suporte com rodas que permite que o rosto do usuário apareça na tela e "circule" pelo escritório mesmo se estiver trabalhando à distância. O mercado mundial da robótica de consumo movimentou US$ 1,6 bilhão de dólares em 2012, dominado peços setores de trabalhos e entretenimento, informou a ABI Research, que prevê um aumento para US$ 6,5 bilhões em 2017, graças ao auge dos setores de segurança e telepresença.

O analista de ABI Philip Solis explicou que a robótica ainda cresce mais lentamente do que setores como o de tablets e smartphones, e ainda é dominada por robôs que executam uma única tafefa. Mas uma das principais notícias do setor, ressaltou, é a aquisição pela gigante Google de várias empresas de robótica, o que poderia ajudar a impulsionar a inteligência artificial necessária para robôs multitarefas.

Outra apresentação chamativa em Las Vegas ocorreu por conta da empresa japonesa AIST com seu robô Paro, projetado para se parecer a um bebê foca e estimular a terapia com animais em pessoas hospitalizadas ou que estão em centros de saúde onde os animais são proibidos. Paro tem cinco sensores (táctil, de luz, sonoro, de temperatura e posição) que o ajudam a responder quando acariciado ou chamado pelo nome.

Os robôs Paro foram criados para atuar como animais terapeutas onde bichos de verdade são proibidos (AFP) Os robôs Paro foram criados para atuar como animais terapeutas onde bichos de verdade são proibidos (AFP)

A francesa Keecker, por sua vez, apresentou um robô capaz de projetar vídeos e outros conteúdos de um smartphone ou tablet em uma parede ou no teto. Isto significa que "é possível desfrutar a vida sem estar preso a uma televisão", disse Pierre Lebeau, fundador e diretor de Keecker. O dispositivo funciona com o sistema operacional Android. "Você pode colocar as crianças para dormir enquanto estas olham para a Via Láctea e permitir que acordem com um belo céu azul", disse, destacando: "Ajuda as pessoas a sonhar".

Um dos robôs que mais chamam a atenção do público é o humanoide Robo-Thespian, do grupo britânico Engineered Arts, que gesticula com as mãos e discursa com sotaque britânico. O robô dispõe de propulsores pneumáticos, "pelo que seus movimentos são mais fluidos", explicou o engenheiro Morgan Roe. "Tentamos evitar que tenha uma aparência robótica", prosseguiu.

O robô pode ser utilizado em museus e exposições, onde pode fazer um monólogo e dirigir-se ao público. No entanto, por enquanto não consegue interagir como os assistentes pessoais Siri, da Apple, ou Google Now fazem. "Estamos trabalhando nisso", disse Roe. [Da AFP]

Robôs para brincar mostram como a robótica vem ficando cada mais popular (AFP) Robôs para brincar mostram como a robótica vem ficando cada mais popular (AFP)