Instalação tem o tamanho de um campo de futebol (Foto: Divulgação/Nasa)
A Estação Espacial Internacional funcionará até 2024, quatro anos depois do previsto, anunciou nesta quarta-feira a agência espacial americana (Nasa). "Acho que é um anúncio formidável para nós aqui do mundo da Estação Espacial Internacional", declarou William Gerstenmaier, administrador associado para a exploração espacial tripulada da Nasa, durante entrevista coletiva.
Com custo de US$ 100 bilhões, a ISS está em funcionamento há 15 anos e, a princípio, continuaria recebendo colaboradores de todo o mundo até 2020. Dezesseis países estão presentes na plataforma espacial - um centro de pesquisas situado na órbita terrestre -, entre eles Estados Unidos, Rússia, Japão, Canadá e várias nações europeias.
A estação orbital, com extensão similar a um campo de futebol (109 metros), dispõe de laboratórios científicos e espaços de residência para a tripulação, uma academia de ginástica, dois banheiros e acesso à internet. Maior laboratório espacial construído até agora, a ISS é quatro vezes maior do que a estação espacial russa Mir e cerca de cinco vezes maior do que o americano Skylab. Embora esteja próxima da ausência total de gravidade no espaço, a estação tem massa de 419.455 quilos.
Uma tripulação de seis astronautas ocupa permanentemente a plataforma orbital, com revezamentos a cada três meses. "As pessoas amam a Estação Espacial Internacional", disse David Weaver, do Departamento de Comunicações da Nasa, afirmando que esta é a segunda vez que a vida útil da estação é prorrogada durante o governo do presidente Barack Obama.
Orçamento garantido até 2020
Gerstenmaier disse que a decisão de prorrogar o funcionamento da ISS dura "pelo menos até 2024" e destacou que "o equipamento pode durar até 2028". "Acho que a ideia de (prolongar a vida útil da ISS) em dez anos é uma decisão muito estratégica, de alcance muito longo", disse.
"Temos conversado com os sócios sobre isto", acrescentou. "Estiveram envolvidos em todos os estudos de equipamento. No geral, veem isto como um positivo passo à frente", prosseguiu. Gerstenmaier afirmou que para os Estados Unidos, a decisão não demandará recursos imediatos, visto que já há orçamento para o funcionamento da ISS até 2020. O acesso da tripulação ao laboratório é feito graças à nave russa Soyuz.
Os Estados Unidos perderam a capacidade de enviar astronautas ao laboratório desde 2011, quando encerraram o programa de ônibus espaciais depois de 30 anos de serviço. No entanto, as empresas americanas SpaceX e Orbital Sciences têm enviado com sucesso cápsulas de carga não tripuladas à ISS e o lançamento de novas naves tripuladas dos Estados Unidos é aguardada para 2017.
A estrutura da plataforma orbital requer uma manutenção regular, feita por astronautas, que usam trajes espaciais para se aventurar fora da ISS. O último desses reparos foi concluído na véspera de Natal, quando dois astronautas fizeram uma incursão no espaço para substituir uma bomba de amoníaco defeituosa que servia para resfriar os equipamentos da ISS.
Gerstenmaier disse aos jornalistas que a Casa Branca e o diretor da Nasa, Charles Bolden, darão mais detalhes sobre a decisão de prorrogar a vida útil da estação nas próximas horas. [Da AFP]
