Designer holandês defende o design thinking e a humanização das empresas

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 15/11/2013 às 18:32

Foto: Luísa Ferreira/NE 10 O holandês Arne van Oosterom é especialista em design thinking. Foto: Luísa Ferreira/MundoBit

Você já ouviu falar em design thinking? O termo da moda se refere a uma abordagem de resolução de problemas focada em experimentação, empatia e na colaboração de equipes multidisciplinares. Bastante descontraído, o holandês Arne van Oosterom abordou o tema em sua palestra nesta sexta-feira (15/11), no terceiro dia do Interaction South America (ISA), no Centro de Convenções de Pernambuco.

Oosterom é co-fundador da DesignThinkers Group, companhia dedicada a ajudar empresas a fazer a transição entre ser estritamente orientada a produto e vendas para ser orientada ao serviço e ao usuário. A própria companhia funciona de forma inovadora, com times independentes espalhados pelo mundo e reuniões feitas por redes sociais.

Na palestra, ele reforçou essa filosofia. "Quando você quer diferenciar sua organização, você precisa criar uma organização diferente", disse Oosterom. Para ele, as empresas deveriam focar, antes de mais nada, na felicidade e saúde dos seus empregados e clientes, em vez de vê-los como inimigos.

Ele acredita também que as empresas precisam de mais generalistas, pessoas que podem analisar o contexto das situações e conectar os diferentes fatores envolvidos para resolver problemas: "O design thinking lhe permite dar um passo atrás e ver o cenário completo, e depois dar zoom em algum aspecto específico", afirmou o holandês.

Oosterom considera que atualmente predomina uma cultura empresarial avessa a riscos, com raciocínio linear e a curto prazo. "As companhias competem em um mar de mesmice, mas agora temos uma oportunidade para mudar isso. Temos uma nova geração de pessoas que pensam de forma diferente e podem fazer as coisas de forma diferente", completou o palestrante, acrescentando que é necessário humanizar as empresas. Para ele, as companhias ainda estão organizadas da mesma forma desde a Revolução Industrial, sem que os trabalhadores sejam considerados como pessoas. "No fim das contas, fazer negócios é (ou deveria ser) criar valor com pessoas e para pessoas", concluiu.