Celular agora pode ser usado como um cartão de banco

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 11/10/2013 às 11:19

Foto: Reprodução/Truliablog Foto: Reprodução/Truliablog

A partir de agora, qualquer cidadão, inclusive os que não têm conta bancária, poderão receber benefícios de programas sociais, pagar contas, fazer compras ou receber créditos pelo celular. O Governo incluiu essa ferramenta no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), que dá suporte à movimentação financeira, como pagamentos e transferências. A publicação saiu no Diário Oficial da União.

Com isso, o celular poderá ser usado como se fosse um cartão de banco. "Com um celular na mão, as pessoas poderão fazer toda a movimentação do recebimento do benefício até o débito no comércio local, da mesma maneira que hoje operam quando colocam créditos nos celulares pré-pagos", explicou o senador Walter Pinheiro (PT-BA), autor do projeto original.

Segundo o senador, a medida beneficiará a qualquer pessoa, mas será mais vantajosa para as que estão fora do sistema bancário, proporcionando a elas as facilidades do uso do aparelho móvel para pagamentos e movimentações financeiras. "É o caso dos beneficiados pelo programa Bolsa Família e dos aposentados do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], que, muitas vezes, precisam de deslocar até cidades vizinhas para encontrar uma agência bancária", explicou.

Além disso, aqueles que não têm contas bancárias poderão receber crédito e fazer compras pelo celular. Também será possível movimentar subvenções econômicas, como a destinada a produtores da safra 2011/2012 de cana-de-açúcar e de etanol da Região Nordeste, afetados por condições climáticas adversas.

Brasileiro está usando mais o celular para operações bancárias

Telefones celulares e tablets ganham espaço como meio de relacionamento dos bancos com os clientes. Pesquisa do Banco Central (BC) mostra que o número de operações feitas por meio de aplicativos em celulares e tablets cresceu 335% em 2012 em relação a 2011. Esses aparelhos ainda respondem por apenas 2% dessas transações, mas são o canal de atendimento que mais cresce hoje no País.

A internet, que desde 2010 é o principal meio de relacionamento com os bancos, avançou 8,6% em relação a 2011 e respondeu por 37% das operações. A procura por agências e caixas eletrônicos, por outro lado, seguiu em queda. Os clientes também têm recorrido cada vez mais a estabelecimentos conveniados, como lotéricas e farmácias.

Os clientes usam os telefones móveis, em geral, apenas para consultas bancárias. Segundo o BC, 98% dos acessos não envolveram operações financeiras em 2012, apesar de os bancos oferecerem aplicativos com várias opções de serviços desse tipo. O pagamento de contas, por exemplo, cresceu em ritmo inferior ao aumento do total de operações por meio desse canal. Na internet, pelo contrário, as operações financeiras ganham espaço a cada ano e já representam 25% do total, com destaque para pagamentos e transferências.

O levantamento também mostra que o uso de agências e caixas eletrônicos caiu 1% em relação a 2011. [Com Agência Estado]