Obama promete investigar espionagem no Brasil. Dilma levará o caso à ONU

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 06/09/2013 às 11:44

Dilma se reuniu com o presidente dos EUA na Rússia (AFP) Dilma se reuniu com o presidente dos EUA na Rússia (AFP)

A presidenta Dilma Rousseff disse nesta sexta (6), em São Petersburgo, na Rússia, que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se comprometeu a assumir a responsabilidade direta pela investigação das denúncias de espionagem a dados pessoais dela, de assessores e de cidadãos do Brasil. Os dois presidentes tiveram um encontro reservado ontem (5), paralelo às atividades da 8ª Cúpula do G20, países que englobam as maiores economias mundiais.

O Brasil é o país que mais crítico até o momento em relação às denúncias de espionagem. Antes da revelação de que a NSA acessou conversa da presidente Dilma Rousseff, o Governo já estava pressionando órgãos internacionais e o próprio Barack Obama para dar explicações.

"Obama assumiu responsabilidade direta e pessoal pela investigação das denúncias de espionagem”, disse Dilma antes de embarcar de volta para o Brasil. "O presidente Obama se comprometeu a responder ao governo brasileiro até quarta-feira (11) o que ocorreu". Dilma disse informou ainda que vai propor, na ONU, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 24 de setembro, em Nova York, “uma nova governança contra invasão de privacidade". Durante coletiva à imprensa antes de embarcar, Dilma também informou que "o Brasil não reconhece uma ação militar na Síria sem a aprovação da ONU".

Obama disse que tratará do caso pessoalmente (Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República) Obama disse que tratará do caso pessoalmente (Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

Segundo a presidenta, sua primeira visita com honras de chefe de Estado aos Estados Unidos depende do desdobramento do caso e das explicações dadas pelo governo norte-americano. "A minha viagem a Washington depende das condições políticas a serem criadas pelo presidente Obama", disse. No último dia 2, Dilma sinalizou com a possibilidade de adiar ou até mesmo cancelar a visita, marcada para 23 de outubro. Ontem, o Planalto confirmou o cancelamento do envio, a Washington, da equipe formada por funcionários da Presidência da República, responsável por preparar visita.

O avião da presidenta decolou de São Petersburgo por volta das 16h (9h em Brasília). Dilma voltou antes do fim da cúpula para participar do Dia da Independência, comemorado em 7 de setembro. A previsão é que ela chegue ao Brasil no fim da noite de hoje. [Com Agência Brasil e AFP]