Wikileaks revela que empresas de monitoramento estiveram no Brasil

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 05/09/2013 às 12:51

Arquivos é um programa do Wikileaks para "espionar quem espiona" (AFP) Arquivos é um programa do Wikileaks para "espionar quem espiona" (AFP)

Depois das denúncias reveladas pela reportagem do Fantástico domingo passado de que a presidente Dilma Rousseff foi espionada pelos EUA, o Wikileaks vazou documentos nesta quinta (5) mostrando atuação de empresas de vigilância no Brasil. O site postou que executivos da indústria de vigilância passou pelo país divulgando produtos de monitoramento em massa.

Segundo os documentos vazados do Wikileaks, essas empresas oferecem produtos de monitoramento de espionagem a empresas e governos. Esses vazamentos fazem parte de um programa de contra-inteligência do Wikileaks destinado a buscar material que exponha empresas que atuam como espiãs. Segundo Julian Assange, cofundador do Wikileaks, a ideia é "espionar quem espiona".

Chamado de "Spy Files #3" o programa espionou 92 companhias. Entre elas está a Gamma Group, do executivo Carlos Gandini. Ele passou pelo Brasil, Alemanha, Marrocos, México, Camarões e Guiné Equatorial, entre outros, para apresentar seus produtos. O Wikileaks vazou sua apresentação e suas conexões. Há ainda a trajetória de outros executivos, sobretudo entre Europa e Oriente Médio.

Empresas como a Gamma Group são acusadas por organizações de defesa de direitos humanos de colaborar com governos ditatoriais, como Egito e Turcomenistão. Esses tiranos contratam os serviços de espionagem como forma de aumentar seu poderio e controle sobre a população.

Os documentos do Wikileaks, no entanto, não deixam claro se os contratos foram ou não fechados.