Projeto e-Bonito junta cultura sertaneja e tecnologia no interior de Pernambuco

Agence France-Presse
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Publicado em 20/07/2013 às 9:09

Projeto pensou uma inclusão digital mais eficiente (Foto: Carolina Oliveira / NE10) Projeto pensou uma inclusão digital mais eficiente (Foto: Carolina Oliveira / NE10)

Usar a informática como aliada do ensino é o propósito do e-Bonito, um projeto criado por estudantes da Universidade de Pernambuco (UPE) para levar conhecimento a crianças da cidade de Bonito, no Agreste de Pernambuco. Os voluntários são dos cursos de sistema de informação e administração com ênfase em marketing de moda, e uniram as formações para beneficiar o futuro de 90 crianças.

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Em palestra no palco Barcamp da Campus Party Recife, o voluntário Weverton Fernandes lembrou dos levantamentos realizados antes da execução do projeto: "Por meio de um estudo, foi constatado que o computador não influenciava muito no ensino das matérias, e foi a partir desse ponto que vimos a necessidade de contribuir com nosso conhecimento". O grupo levou o know-how como forma de complementar a estrutura já existente, conferindo aos netbooks doados pela prefeitura e aos laboratórios de informática um aproveitamento que, até então, as crianças não conheciam.

A união de tecnologia, educação e cultura foi o tripé utilizado para o desenvolvimento do curso Aprender e Criar. As aulas eram ministradas aos sábados para alunos da 5ª série das áreas rural (Alto Bonito) e urbana (Bonito). "As aulas eram teóricas e dinâmicas. Na primeira, os alunos reutilizavam objetos da informática para confeccionar peças como colares e outros acessórios; na segunda, eles aprendiam a mexer no computador de forma a difundir a cultura de Bonito, seja por meio de um texto, foto ou apresentação", explica Weverton.

O incentivo à participação dos alunos se dava por meio de premiações, mas não só os acertos eram comemorados: errar também era motivo para aplausos - maneira encontrada pelos monitores de mostrar que a participação era o que realmente importava. Com o projeto, as crianças foram estimuladas a criar e produzir conteúdo digital, com ênfase fortalecimento da cultura bonitense, agrestina e nordestina.

Os idealizadores foram convidados para eventos como a EcoFliporto, onde palestraram. Dois artigos foram publicados no Seminário Nacional de Inclusão Digital (SENID-RS) e no Intercom Nordeste 2013, em Mossoró, e um artigo está para ser publicado no XI Congresso Internacional de Tecnologia na Educação, que vai acontecer em setembro.

Para este ano, o plano é expandir o curso para 4 polos, criar um piloto do "Aprender e Criar II" (para as sextas séries), capacitar professores da rede pública e criar uma rede de distribuição de conteúdo.