Mesmo morando no Recife, campuseiros optam por acampamento

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo
Publicado em 17/07/2013 às 15:16

Campuseiros fizeram fila pouco antes do meio-dia com malas e computadores. Movimentação antes da abertura do portão era menor que na edição passada, entretanto (Foto: Amanda Miranda/NE10) Campuseiros fizeram fila pouco antes do meio-dia com malas e computadores. Movimentação antes da abertura do portão era menor que na edição passada (Foto: Amanda Miranda/NE10)

Engana-se quem pensa que as barracas do acampamento da Campus Party Recife são só para os amantes da tecnologia que vivem fora da capital pernambucana. Mesmo tendo cama confortável e privacidade a poucos quilômetros de distância do Centro de Convenções e do Chevrolet Hall, onde é realizado o evento, muitos preferiram arrumar as malas para ficar desde esta quarta-feira (17) até o domingo (21) na estrutura montada para os campuseiros.

Pela segunda vez na Campus Party, os estudantes Jhonatan Victor, 20 anos, e Aguinus Melo, 19, quiseram evitar a correria por que passaram no ano passado, quando não puderam aproveitar a madrugada movimentada do evento por não ter como voltar para casa, na Várzea, Zona Oeste. Este ano, já trouxeram roupas, colchões e comida para ficar até o domingo. "É bom para interagir com a comunidade. Além disso, economizamos com gasolina, então valeu a pena pagar mais", afirma Jhonatan. Os que optaram pelo acampamento pagaram R$ 260, enquanto os outros pagaram R$ 200.

Marcela Rangel e Geraldo Filho vieram com os estudantes, mas não vão acampar, já que o estudante pode voltar de carro para casa todos os dias Marcela Rangel e Geraldo Filho (direita) vieram com os amigos Jhonatan e Aguinus, mas não vão acampar (Foto: Amanda Miranda/NE10)

Os pais do estudante Jailson Gomes, 18, estranharam quando, no ano passado, ele disse que iria acampar no evento. Em 2013, quando ele foi com vários amigos, a reação foi diferente. Jailson se prepara para fazer vestibular para ciência da computação e está interessado em palestras sobre robótica e internet. "Quando você acampa, é mais simples e melhor para ficar acordado na madrugada jogando. Vou fazer como no ano passado, dormir às 5h e acordar às 10h. Assim, dá para fazer tudo, inclusive assistir às palestras", adianta.

Jailson e cerca de 10 amigos levaram, além das roupas, colchões infláveis e comida (Foto: Amanda Miranda/NE10) Jailson e cerca de 10 amigos levaram, além dos computadores, colchões infláveis e comida (Foto: Amanda Miranda/NE10)

Seja para aproveitar a internet rápida na arena para fazer downloads, assistir a palestras ou jogar, o estudante Gilberto Arraes, 18, quer ficar na arena o máximo que puder. "Moro em Setúbal (bairro da Zona Sul do Recife), então ficaria muito ruim para ir para casa e voltar todos os dias", explica. No entanto, segundo o seu amigo Thiago Rached, 19, estudante de medicina e amante da nanotecnologia, ficar no acampamento é só uma desculpa para ter mais tempo para jogar Dota durante várias horas até o fim do evento. Os dois levaram colchão inflável e café para aguentar a maratona.

Os amigos levaram um computador quase zerado para poder usar a internet rápida para fazer downloads (Foto: Amanda Miranda/NE10) Os amigos levaram um computador quase zerado para poder usar a internet rápida para fazer downloads (Foto: Amanda Miranda/NE10)

Mesmo entre aqueles que não conseguiram um lugar no camping, há aqueles que não querem perder um segundo da Campus Party e, por isso, não vai voltar para casa. A estudante de ciências da computação Mariane Caroline Pastor, 19, não conseguiu mais vagas mesmo procurando no segundo dia de vendas. Apesar de morar no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte, não pretende voltar para casa nos próximos dias. "Vou dormir embaixo da mesa ou onde encontrar espaço", afirma a estudante, que veio preparada e já trouxe colchão. A solução para vencer o cansaço é tomar energéticos, também garantidos desde o primeiro dia de evento.