Governo dos EUA espiona pessoas com ajuda do Facebook, Google e Apple

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 07/06/2013 às 11:27

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Revelação do escândalo de espionagem partiu de um computador no Brasil. Saiba mais

Um dos assuntos mais comentados desde a tarde dessa quinta (6) foi o escândalo envolvendo espionagem de dados pelo Governo dos EUA. O presidente norte-americano Barack Obama admitiu que esses grampos existem e a Casa Branca afirmou que a medida é uma prevenção contra o terrorismo.

O advogado e blogueiro Glenn Greenwald, que mora no Rio de Janeiro com seu parceiro, foi quem descobriu. Ele trabalha para o Guardian e vive no Brasil pois seu marido não pode emigrar para os EUA, já que as leis de imigração não reconhecem casamentos do mesmo sexo. Usando um computador com criptografia, ele revelou que o governo dos EUA espiona ligações, emails e redes sociais de milhões de pessoas, mesmo que não sejam suspeitas.

Atualização: a fonte de Greenwald veio a público revelar sua identidade. Saiba mais sobre ele.

Greenwald vazou um documento de 41 páginas em um artigo escrito em parceria com o repórter Ewen MacAskill. O Washington Post também recebeu o documento.

Prism

Facebook, Google e outras empresas sabiam de tudo

No final do dia de ontem, reportagens do The Washington Post e The Guardian revelaram um programa de vigilância governamental conhecido como Prisma. O objetivo é espionar estrangeiros fora dos EUA. E o mais impressionante: tudo está dentro das leis americanas. Segundo o jornal, a NSA (Agência de Segurança Nacional) e o FBI exploram diariamente servidores centrais de empresas norte-americanas de internet, tendo acesso a emails, fotos, áudios, vídeos, registros de logins, documentos e até mesmo os contatos de uma pessoa.

As principais gigantes de tecnologia, Google, Apple, Yahoo, Microsoft, Facebook e outras foram citadas na matéria como colaboradores. Todas negaram que o governo tenha acesso aos seus servidores, mas o documento informa que elas aderiram voluntariamente. Para defender as informações postadas, o Post colocou na web um documento da NSA com os detalhes da operação. A Casa Branca criticou a reportagem, que chamou de "imprecisa".

O diretor nacional dos serviços de inteligência dos EUA, James Clapper, emitiu uma nota, citada pela AFP, sobre a revelação dos grampos. "A divulgação não autorizada de um documento judicial secreto é uma ameaça potencial e de dano prolongado e irreversível para nossa capacidade para identificar e responder às múltiplas ameaças que enfrenta nossa Nação".

glenn

Obama + George W. Bush

Conhecido como Prism, esse programa de espionagem das empresas de internet foi estabelecido em 2007 dentro do governo de George W. Bush, segundo matéria do Post. No governo de Barack Obama, o programa teve um "crescimento exponencial".

Por esta razão, o site Huffington Post ironizou em sua foto de capa, colocando uma montagem que mostrava os rostos de Bush e Obama mesclados.