Fim do Google Reader mostra decadência do RSS na internet atual

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 14/03/2013 às 7:56
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Foto via GizMag

O Google deu a notícia triste para muita gente: o leitor de RSS Google Reader será encerrado no dia primeiro de julho. Os motivos não foram dados e apenas um recado lacônico sobre como migrar os dados foi apresentado. Mas, desde o ano passado, já era notório que a empresa não tinha mais interesse no serviço.

Um dos motivos que levantavam essa suspeita era o fato do Reader não ganhar atualizações importantes, como acontece com outros produtos. Não contava nem mesmo com um app para iOS. Sem encontrar uma forma de obter rendimentos com o serviço, o Google parece não estar disposta a manter um site apenas por bondade. No entanto, o Reader tem usuários apaixonados, que protestaram na noite desta quarta (13).

No ano passado, dezenas de pessoas foram até a sede do Google para protestar por causa de mudanças no serviço.

feedly

Feedly pode ser alternativa?

Claro, há alternativas ao Google Reader, mas nenhum possui sua praticidade e minimalismo (pelo menos não em uma versão web). Pela facilidade em organizar feeds de páginas da internet que usam o RSS, ele instigava leitura. Mas, estava isolado. O Google até retirou a opção de compartilhar posts com redes sociais.

Outra razão a ser refletida sobre o fim do Reader é a diminuição do interesse no RSS nos últimos anos. Antes do serviço do Google, outros sites que faziam o mesmo tipo de serviço anunciaram o fim ou mudaram o direcionamento. O que pode ser visto é uma tendência de aplicativos que mostram sites e blogs em formato revista, a exemplo do Feedly e do Flipboard. O próprio Google lançou no final de 2011 o Currents, pouquíssimo divulgado.

Tudo isso, claro, no celular e no tablet. Já na web, percebo uma retomada no acesso direto às páginas. Com a chegada de aplicações modernas como o HTML5, a experiência de ler o post no Reader, com aquela formatação bem básica, já não estava sendo mais suficiente. Ver um site como a Pitchfork, que abusa de animações e vídeos em tela cheia, fica sem graça através de um feed. O mesmo pode ser dito de especiais do NYTimes, Guardian, entre outros. As próprias redes sociais diminuíram a importância dos protocolos RSS.

Uma especulação: o Google talvez não queira vincular sua marca a um produto que já mostra sinais de desgaste e pouca inovação. Lançado em 2005, teremos até 1º de julho para se adaptar ao seu fim. E refletir, se vale a pena mesmo achar um substituto. Enquanto isso, não custa nada guardar todos os seus feeds, por precaução.

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