Aplicativos para celulares geram desconfiança quanto à privacidade

Maria Luiza
Maria Luiza
Publicado em 06/09/2012 às 15:18
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Os usuários de smartphones estão recusando o download ou desinstalando alguns aplicativos após um aumento da preocupação sobre a quantidade de dados pessoais que estes programas coletam, segundo um estudo americano publicado nesta quarta-feira.

O estudo do Pew Internet Project descobriu que 54% dos usuários de celulares que baixaram aplicativos decidiram não instalá-los quando se deram conta da quantidade de informação pessoal que necessitavam para usá-los.

Além disso, cerca de 30% dos usuários de aplicativos desinstalaram um dos programas que já estava funcionando em seu celular ao descobrir a quantidade de informações pessoais que armazenava ou que não queriam compartilhar.

O estudo é feito em um cenário de grande preocupação entre os legisladores americanos e os grupos de defesa das liberdades civis sobre a informação contida nos celulares e outros dispositivos móveis, muitas vezes sem o conhecimento do usuário.

O estudo Pew mostrou que tanto os usuários de Android como de iPhone eram igualmente propensos a apagar ou evitar aplicativos devido ao medo sobre a informação pessoal que ele guarda.

"Quando os aplicativos de celulares se transformam em um portal cada vez mais importante para as comunicações e serviços, os telefones dos usuários se converteram em ricos depósitos (de informação) que servem de crônica de suas vidas", afirma Mary Madden, pesquisadora associada e coautora do estudo.

"A forma com a qual o aplicativo trata os dados pessoais é uma função que muitos usuários de celulares levam agora em consideração na hora de eleger os aplicativos que usam", disse.

O estudo mostrou que muitos usuários estão preocupados ante a possibilidade de perder seu celular ou de que seja roubado, por isso estão tomando precauções caso isso ocorra.

Cerca de 41% dos proprietários de celulares guardam cópias de suas fotos, contatos e outros arquivos em seus telefones e 32% limpa seu histórico de navegação ou de busca.

Além disso, 19% apagam a função de rastreamento de situação ou lugar em que se encontram perante o medo de que outras pessoas recebam essa informação.

Um terço dos proprietários de celulares teria experimentado a perda ou roubo de seus dispositivos e cerca de 12% sofreu a experiência de que outra pessoa teve acesso a dados em seu telefone de uma forma em que sentiram que sua privacidade foi invadida.

"O aumento do número de smartphones alterou de forma drástica a relação entre os usuários e seus telefones no que se refere à vigilância e proteção de sua informação pessoal", diz Aaron Smith, um dos autores do informe.

"A riqueza dos detalhes íntimos armazenados nos smartphones os transforma em similares aos diários pessoais do passado, a informação que contém é difícil de substituir se perdida e pode ser potencialmente embaraçosa em mãos equivocadas", afirmou Smith.