Empresa brasileira traz impressão em 3D para o mercado doméstico

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 19/05/2012 às 20:04
imprima3d FOTO:

Até o ano passado, sempre que alguém ouvia sobre impressão em 3D imaginava um futuro ainda distante, algo bem mais próximo da ficção-científica. Agora, essa tecnologia está mais próxima do usuário comum do que muitos imaginam. No Brasil, isto já está ao alcance de um mouse. Chegou ao país a encomenda de peças através da internet. É só o início de uma tendência que já é forte na Europa e nos EUA. A Imprima 3D, fundada no final do ano passado, recebe pedidos que custam desde R$ 10.

Com sede em São Paulo, a empresa já nasceu para atender o público doméstico. Em entrevista ao NE10, o gestor de e-commerce Vinícius Dourado disse que grande parte dos clientes são designers e pessoas comuns que encomendam de bonecos a canecas. "Antes, esse tipo de tecnologia não estava tão acessível, mas agora todos podem contratar e receber em casa", diz. "Fazemos parte de uma tendência que começa a se popularizar no Brasil e no mundo".

Também conhecido como prototipagem (ou em seu nome mais técnico, estereolitografia), a impressão 3D possibilita criar objetos sólidos a partir de um design previamente projetado em um programa de computador, como o CAD. Diversos produtos são usados como base, até mesmo metal, mas os mais comuns são gesso, plástico e até mesmo papel. Empresas costumam utilizar esse tipo de serviço na hora de desenvolver novas embalagens, maquetes ou protótipos.

O Imprima 3D até agora é o único site que realiza esse tipo de impressão, e mantém um sistema que permite que designers divulguem seus trabalhos. Basta criar um arquivo em 3D e enviar, e após a venda, o criador recebe uma percentagem. "Somos pioneiros no mercado e queremos oferecer algo que era caríssimo para um usuário comum", explica Dourado. "Todo nosso maquinário é importado, assim como os materiais, mas a produção é toda feita aqui em nossa fábrica em São Paulo", explica.

Como o mercado ainda é novo, ainda é cedo para obter resultados. "Iniciamos as atividades ano passado, e ainda é muito cedo para fazer previsões sobre faturamento. Nossa prioridade agora é popularizar o serviço no Brasil", diz.

Ainda não há dados sobre o crescimento do uso da tecnologia no mercado doméstico no mundo. Já na indústria, já estão sendo desenvolvidas diversas soluções, nos últimos 25 anos. O próximo passo será a chegada de máquinas mais simples nas casas, para que todos possam imprimir produtos sem precisar de um intermediário. Foi apresentado o Cube, um aparelho que será vendido a 1.299 dólares e o Replicator, uma impressora bicolor que custará 1.749 dólares. Nenhuma ainda tem previsão de chegar por aqui.

No entanto, como tecnologia emergente, é inevitável que logo imprimir objetos seja algo corriqueiro no futuro. O grande desafio é tornar todo o processo mais simples, como o manuseio dos programas e barateamento dos materiais. Agora, o primeiro passo é aumentar a demanda de produtos 3D com a chegada de sites, como o Imprima 3D. O futuro está mais perto.

Fotos Divulgação