MundoBit testou: Bonito e descomplicado, Windows 8 reinventa modo de usar PC

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 15/09/2011 às 15:28
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O Windows lançou nessa quarta (14) a nova versão do seu sistema operacional, o Windows 8, voltado para desenvolvedores. Lançado durante a Build, conferência da Microsoft que aconteceu na Califórnia, nos EUA, o sistema surpreendeu por ser a maior mudança em estrutura e navegabilidade desde o Windows 95. O MundoBit baixou a versão de 32-Bits, sem o pacote de programação e testou o sistema em um desktop HP Core 2 Duo, com 2 GB de memória.

A experiência foi muito boa e o os programas e aplicativos responderam bem na maior parte do tempo. O Internet Explorer 10, que vem nativo com o Windows foi a maior mudança percebida. Com tela cheia, a navegação confere uma experiência inédita. Muitos sites parecem novos pelo novo modo como o vemos. A interface, chamada de Metro, é mais funcional que a atual, baseada em ícones.

A Microsoft passou anos pensando numa experiência que fosse baseada no ganho de produtividade como prioridade. A otimização do tempo beneficiava os usuários antigos. Para o resto da humanidade, o Windows era uma verdadeira masmorra, cheio de labirintos intricados, segredos, comandos que poucos conheciam, códigos e propriedades que pareciam nunca ter fim. Tente configurar sozinho uma rede doméstica para descobrir a dor de cabeça que é. Ou ainda formatar e instalar um novo sistema.

O Windows novo quer recuperar aquele usuário que além de produtividade preza pela elegância e estilo para trabalhar. É o caso do iOS, da Apple. Além de funcional, o sistama usado em iMacs e Macbooks tem um elemento que estava esquecido pela Microsoft: são bonitos. O novo sistema tenta ser mais intuitivo e funciona com a mesma navegabilidade de um tablet ou celular inteligente.

Experiência geral

Esqueça tudo o que você conhece do Windows. Esse novo sistema remodela todo o modo como usamos o PC. Para começar, não existe mais o botão "Iniciar", nem mesmo a tela para fechar ou minimizar. Tudo ficará aberto automaticamente em eterna espera. Para mudar de aplicativo ou voltar à tela inicial, basta apertar o botão com o logo do Windows, que fica no reclado.

Acabaram-se também o duplo clique nos ícones para abrir programas e documentos. Basta apenas um clique e tudo abre em tela cheia, o que lembra bastante o estilo de navegar dos tablets. Pensando conceitualmente, não há nem mesmo mais janelas, o que é curioso num sistema que se chama "Windows".

Os ícones, ou "azulejos (tiles) ficam dispostos na página inicial ("Start") e podem ser trocados de lugar apenas arrastando e soltando. Alguns são atalhos para programas, configurações, mas também podem ser aplicativos que se atualizam constantemente, como feeds de notícias ("News"), tempo ("Weather"), ou os novos clientes para Twitter (Tweet@arama) e o Socialize (Facebook).

Navegação

O novo sistema se mostrou mais rápido que sua encarnação anterior, mas fica difícil saber como seria a navegabilidade com uma máquina lotada de arquivos e programas. E a probabilidade de travar existe, senão a Microsoft não teria recriado sua "tela azul da morte". Mas, há opções melhores. Uma delas é a opção de reinstalar o sistema de forma mais rápida mantendo seus arquivos intactos. Para casos de infestação por vírus, ou lentidão extrema, basta apertar um botão para resetar tudo.

Como nem todos os programas foram elaborados para o novo sistema, a antiga interface do Windows 7 continuará disponível para a utilização de alguns programas. A ideia é que mesmo após o lançamento da versão final em 2012, os usuários tenham as duas versões à disposição (o que acredito, poderá causar alguma confusão).

Internet e redes sociais

Um dos destaques deste novo Windows é a nova versão do Internet Explorer, que vem nativo no sistema. Ele abre em tela cheia e suporta funcionalidades de HTML5. Para digitar um endereço, um clique com o botão direito mostra as abas abertas em cima e uma barra de endereços abaixo. Do lado direito, uma barra lateral torna mais fácil o processo de compartilhar usando os dois clientes de redes sociais, Tweet@rama e Socialize. A ideia é que no futuro, o local abrigue os produtos mais conhecidos e utilizados, como HootSuíte, Tweetdeck (assim esperamos!).

Um problema encontrado nessas primeiras impressões do IE10 foi em relação ao flash e funcionalidades que usam linguagem ajax que apareceram desconfigurados. Mas, nada que comprometa a navegação. Afinal, estamos falando de um sistema ainda inacabado. Da mesma forma, o Socialize só conseguiu logar depois de cinco tentativas e o Tweet@rama não mostrou os feeds corretos na página inicial num primeiro momento.

Apps, muitos apps.

A loja de aplicativos do Windows ainda não estreou, mas o ícone já se encontra disponível na página principal. Desenvolvedores poderão criar apps para o novo sistema operacional. Alguns já foram disponibilizados, a maior jogos, como sudoku, Labyrinth e alguns interessantes, como o BeatBox para criação de músicas e o Paintplan, para desenhos.

Pela navegação, percebe-se uma tentativa de unificar a experiência de usá-los tanto em desktops quanto em tablets ou celulares. Com a mobilidade cada vez mais em alta, a Microsoft pode ter encontrado um novo modo de pensar os computadores, sem distinção de formato. Se isso der certo, podemos ter uma nova popularização do sistema Windows, que vem perdendo prestígio frente à Apple.

Se o novo Windows será aprovado ou não, ao menos ele agora ficou bonito.