Hackers contra a Parada do Orgulho Hétero

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 05/08/2011 às 15:06
Hackers_OrgulhoHetero FOTO:

Print da página invadida pelos hackers (Foto: Reprodução)

Os hackers invadiram a página do vereador evangélico Carlos Apolinário (DEM-SP) depois que ele criou o projeto que cria o Dia do Orgulho Heterossexual em São Paulo. No lugar da foto do parlamentar, os invasores colocaram mensagens com dados sobre mortes de homossexuais no Brasil.

Também foi disparado um email para mais de 3 mil pessoas que estavam na caixa de email do vereador, a maior parte ligada à Assembleia de Deus. "No Brasil, um homossexual é morto a cada 36 horas e esse tipo de crime aumentou em 113% nos últimos cinco anos. Em 2010, foram 260 mortos. Apenas nos três primeiros meses deste ano, foram 65 assassinatos", dizia a mensagem, que ficou online das 10h49 às 16h48.

Este é mais um típico ataque ideológico de hackers contra o que consideram injustiças. O assunto ganhou repercussão internacional, tanto pelo ataque quanto pelo projeto de lei polêmico - e altamente discutível. O ataque foi assumido pelo grupo RedHack_Brasil. Esses ativistas são ligados a um grupo que já invadiu órgãos públicos na Rússia e países do Leste Europeu.

Sites como Huffington Post, Business Times e Washington Post e a agência de notícias Forbes e Associated Press também comentaram o assunto. "Em 30 anos de vida pública, nunca vi repercussão como essa", disse Apolinário na tarde de ontem em seu gabinete à Agência Estado, com visível satisfação. Deputado estadual por três mandatos - chegou a ser governador por dez dias -, deputado federal relator em 1997 da atual legislação eleitoral e vereador desde 2001.

Esse ataque segue a lógica de grupos hackers ativistas, a exemplo do LulzSec e outros. "O vereador Carlos Apolinario insiste em propor leis que contribuem para a propagação de ódio e discriminação", diz o texto. [Com Agência Estado.]