Primeiro tablet pernambucano será lançado no início de 2012

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 30/07/2011 às 13:03
Foto: NE10.
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Para Gil Freire, consumidor está mais inteligente (Foto: Alexandro Auler/JC Imagem)

Produto da vez no mercado de tecnologia, o tablet é um dos itens de consumo mais cobiçados dos últimos anos. E a Elcoma, empresa pernambucana de computadores informou que vai lançar o tão cobiçado aparelho no início do ano que vem. Será o primeiro a ser fabricado totalmente no Estado.

O presidente da empresa, Júlio Gil Freire informou ao MundoBit que o desenvolvimento do produto está em estágio avançado. Sentado em seu escritório na fábrica localizado no Parque Tecnológico no bairro do Curado, na Zona Oeste do Recife, Gil comentou que o produto será determinante na competitividade das empresas ano que vem. Tudo por causa da chamada Lei do Bem (Lei nº 11.196) que reduziu a zero alíquotas sociais, entre elas o PIS/Cofins.

O tablet da Elcoma terá duas opções, oito e dez polegadas e rodará o sistema Android. "Estamos mais interessados na experiência do usuário, por isso estão sendo feitos testes sobre quais recursos iremos incluir no aparelho", disse Gil. O produto ainda não tem preço sugerido, mas deve ser, nas palavras do presidente da empresa, "acessível a diversos segmentos".

Visão geral da fábrica no Curado (Foto: Paulo Floro/NE10)

Produtos como iPad, Motorola Xoom, Galaxy Tab e outros tablets ainda custam caro, mas a aquisição desses aparelhos deve ser beneficiada pela lei governamental. A expectativa do ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante é de uma redução de até 40% nos valores.

Além dos tablets, a Elcoma ainda adiantou outras novidades, como a mudança de sua produção para Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata. A fábrica do Curado vai seguir uma vocação de desenvolvimento de novos produtos. Atualmente a produção local é de 10 mil computadores por mês. "A ideia é dobrar esse número quando as novas instalações já estiverem funcionando". Com dez anos de existência, a empresa começou como uma fabricante de peças para a Philips. Com o fim das atividades da gigante holandesa, Júlio Gil assumiu a fábrica e continuou com o negócio.

Em 2008, abandonou a fabricação de resistores e capacitores, ingredientes básicos para fabricação de computadores e mudou de modelo de negócios ao entrar no ramo dos computadores. Hoje, fabrica desktops, notebooks, gabinetes e miniPcs. "Tivemos uma relação muito boa com a Philips e conseguimos até manter o nome. Isso nos ajudou muito nesse conhecimento de processos de produção e logística e também a relação com clientes no exterior", disse.

Caminhando pela fábrica, Gil também comentou um problema que nem depende de fatores econômicos de nenhum tipo: o preconceito com produtos tecnológicos nacionais. "Pesquisas nossas mostraram que nossa qualidade percebida é muito boa e que os usuários estão mais conscientes e exigentes", defendeu. "Temos a mesma configuração de marcas importadas com 30 a 40% mais baratos. O cliente está mais inteligente para perceber isso".