O Grupo de Pesquisa em Estilos de Vida e Saúde (GPES) da Universidade de Pernambuco (UPE) iniciou, na quarta-feira (23), um inquérito inédito para esmiuçar o perfil de saúde da população a partir dos 60 anos que vive no Recife. Por cerca de três meses, pesquisadores batem à porta de residências, em áreas cobertas pela Estratégia Saúde da Família, para avaliar a capacidade funcional dos idosos. Ou seja, a cada conversa, os estudiosos querem estimar a habilidade do idoso em executar atividades simples e complexas.
A intenção é investigar se o processo de envelhecimento, no Recife, é marcado por condições de fragilidade ou robustez. Cerca de 1,2 mil idosos serão ouvidos durante a primeira fase do inquérito, intitulado de Eugeron. A intenção é que o estudo continue ao longo dos próximos anos. Oito estudos de programas de pós-graduação (dissertações e teses) estão envolvidos no projeto, que tem apoio da Secretaria de Saúde do Recife.
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O escopo dessa iniciativa é detalhado pelo professor da UPE William Serrano Smethurst, da equipe do GPES. “Os idosos são avaliados com base em 164 itens relacionados a bem-estar, aspectos físicos, comportamentais e cognitivos. Assim, será possível verificar a presença (ou não) de condições que caracterizam a síndrome da fragilidade, como declínio de força, perda significativa de massa corporal, redução da velocidade da marcha (caminhada), mudança no padrão da atividade física habitual e redução da capacidade cardiorrespiratória”, informa William. Entre as ações que serão realizadas com os idosos participantes do inquérito, estão mensuração de peso, altura e circunferência abdominal; testes de aptidão física; aferição da pressão e da frequência cardíaca.
O professor William não tem dúvidas do valor da atividade física como uma das principais estratégias para promover e manter a saúde, pois evita o adoecimento, previne quedas, impulsiona o condicionamento físico, as habilidades motoras e cognitivas.
“Esse inquérito ajudará na formação de políticas públicas e realistas para os idosos.” Com essas explicações, William nos faz inferir que, na busca de um envelhecimento bem-sucedido, nada substitui a prática de exercícios (na dose certa e bem indicados), nem mesmo o melhor dos remédios.