Gripe: às vésperas da campanha de vacinação, saiba o que é verdade e o que é boato sobre a doença

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 20/04/2018 às 10:36
A vacina contra a gripe protege contra os três tipos de vírus de influenza que atualmente circulam no Brasil: o H1N1, o H3N2 e o B (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A vacina contra a gripe protege contra os três tipos de vírus de influenza que atualmente circulam no Brasil: o H1N1, o H3N2 e o B (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil) FOTO: A vacina contra a gripe protege contra os três tipos de vírus de influenza que atualmente circulam no Brasil: o H1N1, o H3N2 e o B (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Às vésperas da 20ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, que deve imunizar cerca de 2,3 milhões de pessoas contra a gripe em Pernambuco, a população quer saber: a vacina que estará, nos postos de saúde, protege contra o suposto ‘vírus H2N3’? Não. Até porque ele não circula em lugar algum do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. A entidade está preocupada com a onda de boatos sobre influenza (especialmente em relação à notícia falsa sobre o ‘H2N3’) que circula em áudios e textos nas redes sociais e nos aplicativos de mensagem.

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O Estado de Pernambuco também caminha contra o pânico. “Há dois detalhes importantes: não devemos exagerar nem minimizar a situação. Para a maioria das pessoas, a doença não causa grandes repercussões. Mas outros casos, em que existem fatores de risco para agravamento da gripe, não devemos banalizar”, frisa a gerente de Prevenção de Doenças Imunopreveníveis da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ana Antunes.

"Há pessoas que podem ter forma mais grave da gripe e precisar de internamento. Não há situação para pânico, e sim para alerta", diz Ana Antunes, da SES (Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem)

Neste momento, é essencial divulgar que a vacina contra a gripe, que será aplicada na campanha do Ministério da Saúde a partir da segunda-feira (23), protege contra os três tipos de vírus de influenza que atualmente circulam no Brasil: o H1N1, o H3N2 e o B. “Quem for dos grupos prioritários deve procurar os postos de saúde para ser imunizado. Isso pode evitar o agravamento da gripe, internações e óbitos”, diz a coordenadora do Programa Estadual de Imunização da SES, Ana Catarina de Melo. A campanha segue até o dia 1º de junho. É preciso que todos estejam devidamente protegidos antes de o inverno chegar, já que a vacina precisa de 15 dias para garantir a proteção.

Grávida de 35 semanas de Aurora, Lilian Ferraz está com a carteira de imunização atualizada. "Sei o quanto a vacina é importante para mim e o bebê", diz (Foto: Guga Matos/JC Imagem)

A oficial de justiça Lilian Nogueira Ferraz, 38 anos, sabe como é importante a prevenção em tempo oportuno. Com 35 semanas de gestação, ela já se imunizou contra gripe este ano. “Desde que engravidei de Miguel (4 anos), tenho tomado a vacina todos os anos. Como gestantes estão no grupo prioritário, os médicos sempre orientam ir aos postos para dar proteção também ao bebê”, diz Lilian, que se organiza para vacinar Miguel assim que a campanha começar. Como ele tem menos de 5 anos, faz parte das crianças consideradas público-alvo da mobilização.

Idosos

Entre os quase 2,4 milhões de pessoas que fazem parte, em Pernambuco, do grupo prioritário da campanha contra a influenza, 951,1 mil são idosos a partir de 60 anos. Eles representam cerca de 40% de todo o público-alvo da mobilização no Estado e, assim como outras populações com maior risco de ter uma complicação grave da gripe, devem receber a imunização.

A aplicação das doses é essencial para esses grupos porque, mesmo que adoeçam, o fato de serem vacinados é capaz de reduzir em até 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade global por gripe. Os dados são de estudos utilizados pelo Ministério da Saúde para reforçar a eficácia da imunização.

Ainda em Pernambuco, o segundo maior grupo da campanha é formado pelo público infantil de seis meses a menores de 5 anos. A estimativa é vacinar, pelo menos, 90% das 609,5 mil crianças dessa faixa etária. Em terceiro lugar, vêm os trabalhadores de saúde (185,9 mil), seguido pelas gestantes (98 mil) e mulheres até 45 dias após o parto (16,1 mil). O grupo das pessoas com doenças crônicas (diabetes e hipertensão, entre outras) e dos professores das redes pública e privada também devem ser imunizados.

No ano passado, o Estado de Pernambuco atingiu a meta da campanha. Foram vacinadas 2.345.477 pessoas, o que representa 100,6% do público total de 2.329.874.