Uma história de renascimento após o transplante renal na infância

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 15/04/2018 às 6:51
Thiago José (de branco, na foto), ao lado dos pais e do irmão, recebeu um novo rim aos 4 anos (Foto: Guga Matos/JC Imagem)
Thiago José (de branco, na foto), ao lado dos pais e do irmão, recebeu um novo rim aos 4 anos (Foto: Guga Matos/JC Imagem) FOTO: Thiago José (de branco, na foto), ao lado dos pais e do irmão, recebeu um novo rim aos 4 anos (Foto: Guga Matos/JC Imagem)

Na última semana, o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) atingiu a marca de 201 transplantes renais pediátricos. Entre os pacientes que já receberam um novo órgão na instituição, está o estudante Thiago José, 7 anos, submetido à cirurgia aos 4, após passar por sessões de diálise e hemodiálise. A disfunção nos rins foi detectada logo após o nascimento. “Ele tinha 7% de função renal e evoluiu até 15%. Iniciou o tratamento aos 10 dias de vida”, conta a mãe de Thiago, a servidora pública Cristiane Ottoni, 43. Ao lado do marido, o empresário Theomir Ottoni Filho, 42, ela não poupa zelo ao filho.

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“A vida é quase normal. É preciso cuidado com a dieta e a medicação, além da realização de atividades adequadas e de vigilância constante. Agora bem sabemos o trecho da Bíblia que diz ‘orai e vigiai’. É como se toda a família passasse também pelo transplante”, completa. Ela recorda que Thiago (uma das crianças mais novas a passar por um transplante no Imip) passou cerca de 2 anos na fila de espera para receber o órgão. “Ficamos felizes (quando chegou o momento do transplante). Cada caso é um caso. Tem que saber esperar e conscientizar a sociedade para a doação de órgãos, a fim de a fila correr mais rápido.”

Assista ao vídeo:

Ao falar sobre a rotina de Thiago hoje, a mãe faz referência a comportamentos de qualquer criança na idade escolar: “É treloso e tenta me enrolar nas tarefas, mas ama a escola e os coleguinhas, adora o irmão Theogenes, de 8 anos. Eles brincam e desenham o tempo todo”, relata Cristiane, destacando a característica encantadora de Thiago: “É feliz”. Com essa declaração, ela não deixa dúvidas de que o transplante é um caminho de esperança para o renascimento.

Em tempo: em 2017, segundo a Central de Transplantes de Pernambuco, o Estado realizou 23 transplantes de rim em crianças – 13 a mais do que em 2016. "Os casos de doença renal crônica terminal têm aumentando no mundo; é um problema de saúde pública. E o transplante é a melhor forma de tratamento para esses casos, pois geralmente proporciona vida normal. Hoje menos de 10 pacientes do Imip, até 15 anos, estão em fila de espera", diz a nefrologista pediátrica Iracy Araújo, do instituto.

Que histórias como a da família deste domingo levem à conscientização e ajudem a refletir na diminuição da fila de espera por um órgão e, consequentemente, no aumento do número de transplantes.