No especial Zika em Mil Dias, a neuropediatra Vanessa Van Der Linden conversa com a jornalista Cinthya Leite sobre o potencial de desenvolvimento das crianças com microcefalia e outras complicações ligadas à síndrome congênita do zika, que se manifesta em amplo espectro. "Imagina-se que há fatores genéticos envolvidos na gravidade dos casos", acredita Vanessa, uma das primeiras especialistas a estabelecerem a associação entre o zika vírus e a explosão dos casos de microcefalia.
Confira a entrevista completa: www.jc.com.br/zikaemmildias
Na entrevista, ela destaca que não é só a fase da gestação (em que zika começou a atuar) que deve ser considerada para investigar a gravidade dos casos. "Claro que, quanto mais cedo na gravidez é a ação do vírus, mais se interfere em fases precoces do desenvolvimento do cérebro. Sabemos que o zika infecta principalmente a célula progenitora neural, aquela que vai formar o cérebro. Então, uma das coisas que a gente mais vê como consequência do zika é a malformação do cérebro. E mais do que destruição, o vírus leva a um transtorno do desenvolvimento", frisa Vanessa.
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Ela acrescenta que um trabalho invitro analisou o zika infectando três células: a progenitora neuronal, a neuronal jovem e a neuronal adulta. "O vírus é capaz de infectar todas, mas atua de forma mais grave e agressiva na célula progenitora neuronal. É como se existisse um neurotropismo (predileção pelo sistema nervoso) maior pela célula imatura", acrescenta a neuropediatra.