Zika em Mil Dias: conheça Helloá, que deixou de lado óculos com grau de 10 graças à reabilitação visual

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 18/03/2018 às 14:38
O trabalho de estimulação visual progressivamente ajuda Helloá a alcançar a sua capacidade máxima de desenvolvimento da visão e, consequentemente, de outros sentidos e habilidades motoras (Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem)
O trabalho de estimulação visual progressivamente ajuda Helloá a alcançar a sua capacidade máxima de desenvolvimento da visão e, consequentemente, de outros sentidos e habilidades motoras (Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem) FOTO: O trabalho de estimulação visual progressivamente ajuda Helloá a alcançar a sua capacidade máxima de desenvolvimento da visão e, consequentemente, de outros sentidos e habilidades motoras (Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem)

Na reportagem especial Zika em Mil Dias, também contamos a história de Helloá, que deixou de lado as lentes com grau de 10 e passou a usar óculos com graus bem menores. Isso só foi possível graças ao trabalho de estimulação visual que progressivamente ajuda a pequena a alcançar a sua capacidade máxima de desenvolvimento da visão e, consequentemente, de outros sentidos e habilidades motoras, a fim de driblar dificuldades para exercitar o corpo e a mente.

Confira a reportagem completa no especial Zika em Mil Dias: www.jc.com.br/zikaemmildias

A visão é valiosa porque nos possibilita contemplar e apreender um leque imenso de informações que nos cerca e, dessa maneira, conseguimos nos apropriar do ambiente em que estamos inseridos. Esse processo dá os primeiros passos ainda na gestação, quando a visão começa a se desenvolver. Qualquer abalo intraútero, como a infecção pelo zika, pode comprometer as etapas de amadurecimento desse sentido, prejudicando o desenvolvimento global após o nascimento. Vários estudos confirmam que a zika congênita causa danos à retina (tecido que capta imagens para depois serem processadas pelo cérebro) e ao nervo óptico.

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“Verificamos que a maioria das crianças acometidas pelo vírus tem deficiência visual de moderada a severa e precisa de óculos. É um problema relacionado ao cérebro, pois há até aquelas sem lesão na estrutura do olho e com baixa da acuidade visual. Ou seja, o olho é a extensão do cérebro e, se este não consegue processar a imagem, pouco importa a imagem que é vista”, esclarece a oftalmologista Camila Ventura, que tem acompanhado a saúde visual dos pequenos pacientes. No Centro Especializado em Reabilitação da Fundação Altino Ventura, no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, cerca de 280 crianças afetadas pelo zika já receberam assistência – e metade delas participa das sessões de reabilitação na instituição.