Carnaval: testes rápidos detectam sífilis em 156 foliões no Recife

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 15/02/2018 às 11:10
Foram 1.466 pessoas que realizaram a testagem para HIV e sífilis durante os dias de Carnaval no Recife (Foto: Helia Scheppa/Acervo JC Imagem)
Foram 1.466 pessoas que realizaram a testagem para HIV e sífilis durante os dias de Carnaval no Recife (Foto: Helia Scheppa/Acervo JC Imagem) FOTO: Foram 1.466 pessoas que realizaram a testagem para HIV e sífilis durante os dias de Carnaval no Recife (Foto: Helia Scheppa/Acervo JC Imagem)

O trabalho de diagnóstico e prevenção contra as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) realizado nos dias de Momo, no Recife, disponibilizou testagens para investigação da infecção pelo HIV e sífilis para a população nos polos Arsenal, no Centro da cidade, e Ibura, na Zona Sul. A estimativa era inicialmente testar 100 foliões por noite em cada polo, mas a procura ultrapassou a expectativa. Foram submetidas ao exame 1.466 pessoas (819 homens e 646 mulheres). “Isso representa quase o dobro da procura do ano passado”, destaca o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia.

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Entre as pessoas que passaram pelo teste, foram identificados 156 casos positivos para sífilis (80 do sexo feminino e 76 do sexo masculino). “No geral, foi encontrada uma taxa de positividade de aproximadamente 10% para sífilis (entre a população avaliada), o que é bastante elevado. O trabalho (de conscientização sobre sífilis) é permanente e está sendo intensificado. Na hora em que se tem a testagem no Carnaval, acende-se também a luz para as pessoas buscarem diagnóstico e tratamento, se necessário”, orienta o secretário.

"Foi encontrada uma taxa de positividade de aproximadamente 10% para sífilis (entre a população avaliada durante o Carnaval), o que é bastante elevado", alerta o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia (Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem)

Ainda considerando  a população que procurou o teste, foram identificados 28 casos positivos para HIV (25 do sexo masculino e 3 do sexo feminino). Ou seja, a taxa de positividade foi de 1,9%. “Em 2017, foi de 1,2%. Lógico que não se pode tirar, de uma população que procura testagem no polo de Carnaval, qualquer inferência sobre a incidência da doença (HIV/aids) na população geral. Mas, de qualquer maneira, esse é um dado que reforça o esforço de se continuar falando sobre o uso de camisinha, sobre a necessidade de se fazer a testagem e sobre a busca pelo tratamento rápido para HIV (nos casos positivos)”, explica Jailson.

Camisinha

Ele acrescenta que, durante a folia do Recife, foram distribuídos 325 mil preservativos masculinos. “Qualquer evento de massa, não apenas o Carnaval, é uma oportunidade de se colocar a mensagem de prevenção em evidência para as pessoas. Percebemos os casos de HIV/aids aumentando entre os jovens e na população acima dos 60 anos, que redescobre a sexualidade na era dos medicamentos que tratam a impotência sexual masculina. São esses grupos que estão no foco de nossas preocupações”, acrescenta Jailson.