Produtos químicos presentes no ambiente podem levar ao sobrepeso e à obesidade, diz estudo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 13/02/2018 às 20:23
Estudo destaca que produtos químicos podem interferir na regulação do peso corporal nos humanos e contribuindo, portanto, para a epidemia de obesidade (Foto: Pixabay)
Estudo destaca que produtos químicos podem interferir na regulação do peso corporal nos humanos e contribuindo, portanto, para a epidemia de obesidade (Foto: Pixabay) FOTO: Estudo destaca que produtos químicos podem interferir na regulação do peso corporal nos humanos e contribuindo, portanto, para a epidemia de obesidade (Foto: Pixabay)

Da AFP 

Os produtos químicos usados em embalagens de alimentos, frigideiras com coberturas antiaderentes, pacotes de alimentos e peças de roupas podem fazer com que o peso corporal interfira no metabolismo, especialmente o das mulheres, afirma um estudo americano divulgado nesta terça-feira. Esses produtos, conhecidos como substâncias de perfluoroalquil (PFAS), foram anteriormente vinculados ao câncer, alterações hormonais, disfunção imunológica e colesterol elevado.

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"Agora, pela primeira vez, nossas descobertas assinalam um novo caminho no qual os PFAS podem estar interferindo na regulação do peso corporal nos humanos e contribuindo, portanto, para a epidemia de obesidade", afirmou o autor principal do estudo, Qi Sun, professor do departamento de Nutrição da Universidade de Harvard.

Os pesquisadores descobriram que os PFAS (também conhecidos como "obesogenes" por sua interferência com a regulação do peso corporal) estão vinculados a um ritmo metabólico mais lento em momentos de repouso.

Pessoas com altos níveis de PFAS em seu sangue também apresentaram metabolismo mais lento no processo de perda de peso. O estudo avaliou dados de 621 pessoas com sobrepeso e obesidade que participaram um teste clínico realizado em meados da década de 2000.

O estudo analisou os efeitos de quatro dietas para perder peso, mas saudáveis para o coração, por um período de dois anos. Em média, os voluntários perderam 6,4 quilos nos seis primeiros meses, mas ganharam 2,7 quilos no ano e meio seguinte.

"Aqueles que ganharam mais peso depois também tinham as maiores concentrações de PFAS no sangue, um vínculo mais forte entre as mulheres", segundo o estudo divulgado na publicação PLOS Medicine.

Os pesquisadores também descobriram que as pessoas com os níveis mais altos de concentração de PFAS no sangue tinham os mais baixos níveis de ritmo metabólico em estado de repouso.

Os PFAS existem há 60 anos e contaminaram fontes de água potável perto de setores industriais, bases militares e usinas de tramento de águas residuais. "Geralmente pensamos nos PFAS em termos de problemas de saúde como câncer, mas também têm um papel na obesidade, um problema de saúde considerável e que afeta milhões de pessoas", explicou o coautor do estudo, Philippe Grandjean, professor de saúde ambiental em Harvard.