Ministério da Saúde lista 5 fatores para explicar o baixíssimo risco de febre amarela urbana no Brasil

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 07/02/2018 às 11:41
Matar macacos não impede a circulação do vírus da febre amarela; é uma atitude que pode prejudicar o papel de sentinela dos primatas (Foto: Guga Matos/JC Imagem)
Matar macacos não impede a circulação do vírus da febre amarela; é uma atitude que pode prejudicar o papel de sentinela dos primatas (Foto: Guga Matos/JC Imagem) FOTO: Matar macacos não impede a circulação do vírus da febre amarela; é uma atitude que pode prejudicar o papel de sentinela dos primatas (Foto: Guga Matos/JC Imagem)

O Ministério da Saúde, ao divulgar o novo boletim de febre amarela nesta quarta-feira (7), reforçou que não há registro confirmado de transmissão urbana no País. O órgão esclarece que todos os casos da doença registrados no Brasil, desde 1942, são silvestres, inclusive os atuais - ou seja, a doença foi transmitida por vetores que existem em ambientes de mata (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes). Além disso, o que caracteriza a transmissão silvestre, além da espécie do mosquito envolvida, é que os mosquitos transmitem o vírus e também se infectam a partir de um hospedeiro silvestre, no caso o macaco.

Leia também: 

Febre amarela: macacos são apenas vítimas; matá-los pode prejudicar medidas de controle da doença

Dessa forma, o Ministério da Saúde salienta que "a probabilidade da transmissão urbana no Brasil é baixíssima por uma série de fatores". Confira:

1) Todas as investigações dos casos conduzidas até o momento indicam exposição a áreas de matas

2) Em todos os locais onde ocorreram casos humanos, também foram registrados casos em macacos

3) Todas as ações de vigilância entomológica, com capturas de vetores urbanos e silvestres, não encontraram presença do vírus em mosquitos do gênero Aedes

4) Há um programa nacionalmente estabelecido de controle do Aedes aegypti devido a outras arboviroses (dengue, zika e chicungunha). O programa, segundo garante o Ministério da Saúde, consegue manter níveis de infestação abaixo do que os estudos consideram necessário para sustentar uma transmissão urbana de febre amarela

5) Há coberturas vacinais nas áreas de recomendação de imunização contra febre amarela, além de uma vigilância para detectar precocemente a circulação do vírus em novas áreas para ser adotada a vacinação oportunamente