Câncer: 59% dos brasileiros não usam preservativos como medida de prevenção à doença

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 05/02/2018 às 11:00
Estudo da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica também revela que quase 30% da população desconhece a importância do sexo seguro na prevenção do câncer (Foto: Priscilla Burh/Acervo JC Imagem)
Estudo da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica também revela que quase 30% da população desconhece a importância do sexo seguro na prevenção do câncer (Foto: Priscilla Burh/Acervo JC Imagem) FOTO: Estudo da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica também revela que quase 30% da população desconhece a importância do sexo seguro na prevenção do câncer (Foto: Priscilla Burh/Acervo JC Imagem)

Com a proximidade do Carnaval, época em que multidões se reúnem para aproveitar as festividades que ocorrem em todo o Brasil, aumenta a importância de alertar a população sobre a prática de relações sexuais seguras como medida de prevenção a doenças e infecções sexualmente transmissíveis – que, no caso do vírus HPV, aumenta o risco de desenvolver o câncer. Apesar das campanhas de conscientização e da facilidade de acesso ao preservativo, boa parte da população ainda faz sexo sem proteção. Segundo constatou pesquisa da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), 59% dos brasileiros não usam preservativos como medida de prevenção à doença.

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Ainda de acordo com a pesquisa, a relação entre o sexo desprotegido e câncer também não é conhecida pelos brasileiros: entre os 1.500 entrevistados, quase 30% dos brasileiros não imaginam que usar preservativos pode reduzir o risco de desenvolver câncer. "Os preservativos estão comumente relacionados à proteção contra o HIV (vírus da aids), mas também são o modo de combate primário a diversas outras doenças, incluindo formas de tumor que possuem relação com o vírus HPV, como colo do útero, vagina, vulva, pênis, ânus, boca e garganta. No câncer de colo do útero e pênis, por exemplo, o mero contato com a mucosa e pele da região genital e perineal pode infectar o (a) parceiro (a). Assim, o uso do preservativo, desde o início da relação sexual, é essencial", afirma a diretora da SBOC Andreia Melo.

Vacinação com baixa adesão

Outra forma de prevenção ao câncer é a vacina contra o vírus HPV. Entretanto, ainda de acordo com a pesquisa, 14% da população do País discordam, em maior ou menor grau, que vacinas contra hepatite B e HPV são eficazes para evitar o desenvolvimento de variedades da doença.

"Há anos, a rede pública de saúde do País oferece os meios necessários para que a população se proteja de doenças e infecções sexualmente transmissíveis, incluindo o vírus do HPV. Preservativos são fornecidos, além das vacinas, que estão disponíveis gratuitamente para meninas e meninos entre 9 e 13 anos. Porém, sem a conscientização adequada, o que se percebe é a baixa adesão da população às medidas necessárias. Praticamente metade da população diz não usar preservativos (41%) e nem aderir a campanhas de vacinação (46%)", acrescenta Andreia Melo.