Réveillon: vêm aí 365 novos dias para se orquestrar a felicidade e ter saúde

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 30/12/2017 às 13:16
Reparar o rio, as garças e o horizonte é um hobby que conduz Aurenice Accioly ao caminho da felicidade e da satisfação com a vida (Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem)
Reparar o rio, as garças e o horizonte é um hobby que conduz Aurenice Accioly ao caminho da felicidade e da satisfação com a vida (Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem) FOTO: Reparar o rio, as garças e o horizonte é um hobby que conduz Aurenice Accioly ao caminho da felicidade e da satisfação com a vida (Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem)

Um novo ano vem sempre cheio de expectativas, sonhos, planos e metas. E na lista de resoluções, perseguir a felicidade pode despontar como um dos nossos objetivos a ser alcançados. A tarefa tende a parecer fácil de ser atingida, mas geralmente se torna custosa porque o ser humano acredita que, para experimentar um estado de emoções positivas, é preciso não dar espaço à tristeza. A equação não é bem assim. E a neurociência, que atesta como ser feliz faz bem à saúde, não deixa incertezas do quanto é proveitoso encarar a vida como algo valioso.

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“A solução não é a busca pela felicidade absoluta nem imediatista, como ocorre na euforia de fim de ano. Também não é afastar aflições. O fundamental não é encontrar a felicidade propriamente dita. O essencial é encontrar sentido de vida, mesmo diante do sofrimento”, esclarece o psiquiatra e psicoterapeuta Leonardo Machado, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e autor do livro Bem-estar subjetivo – Implicações para a psiquiatria e para a psicologia médica (Medbook Editora Científica). O depoimento do médico faz recordar o escritor Érico Veríssimo (1905-1975), que já definia a felicidade como a “certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente”.

Confira o programa Casa Saudável sobre o tema:

Reflexões como essa levam a perceber que, para ser feliz, não há regra a ser seguida. Devemos, pelo menos, deixar de impor condições para estarmos satisfeitos. “O caminho não é exclusivamente apagar as sensações negativas, como medo e raiva. É possível conviver com elas e, ao mesmo tempo, estimular emoções positivas, através do otimismo, da apreciação, da satisfação e da gratidão”, destaca Leonardo, que é diretor da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria. Para ele, os sentimentos negativos também são benéficos porque conduzem a aprendizados.

É a partir desse raciocínio que se nasce uma “medicina da felicidade”, que liga emoções positivas ao estado de saúde das pessoas. “Quanto mais intenso o bem-estar subjetivo (condição de se estar feliz com a vida), menor é a frequência de sintomas depressivos e ansiosos. Dormir bem também se associa a um maior índice de felicidade – um estado que promove longevidade e menor risco de adoecimento.” Para ilustrar a declaração, o psiquiatra menciona os idosos. Ele diz que aqueles com autonomia e vínculos sociais se sentem bem, mesmo vivendo com doenças crônicas ou em meio a adversidades.

"Não é a intensidade das emoções positivas que devemos considerar. É a constância dessas sensações que está associada à felicidade", frisa o psiquiatra Leonardo Machado (Foto: Leo Motta/JC Imagem)

Plenitude

A advogada Aurenice Accioly, 65 anos, sabe como a ciência da felicidade ganha corpo na prática. “É o relacionamento com o outro e com a natureza que nos torna felizes. Estar em paz, mesmo diante de problemas, é fundamental para a nossa satisfação”, conta Aurenice, que sempre olhou a vida pelo ângulo positivo. Reparar o rio, as garças e o horizonte é um hobby que a conduz à felicidade e que nos inspira a perceber que uma vida cheia de sentido está sempre ao alcance da nossa alma.