Só 8% das pessoas conseguem manter a dieta no Natal, diz pesquisa

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 20/12/2017 às 17:06
Entre os alimentos favoritos do Natal, as tradicionais carnes brancas foram as mais lembradas, por 70% das pessoas, seguidas por frutas, castanhas e nozes (Foto: Free Images)
Entre os alimentos favoritos do Natal, as tradicionais carnes brancas foram as mais lembradas, por 70% das pessoas, seguidas por frutas, castanhas e nozes (Foto: Free Images) FOTO: Entre os alimentos favoritos do Natal, as tradicionais carnes brancas foram as mais lembradas, por 70% das pessoas, seguidas por frutas, castanhas e nozes (Foto: Free Images)

Os médicos da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) realizaram, nos meses de novembro e dezembro, uma pesquisa com 400 pacientes, para avaliar o perfil comportamental deles nas comemorações do Natal. Apenas 8% dos pesquisados informaram conseguir manter a dieta nesta época do ano, contra 37% que assumiram sair completamente da rotina e 55% que relataram que se permitem sair da dieta, mas buscam equilibrar os alimentos.

Para 51%, a ceia de Natal é um momento calmo e reflexivo e, para 49%, esse é um momento conturbado e com muito falatório. Participaram pacientes de 14 Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Alagoas, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná e Brasília.

O tempo despendido em mesa condiz muito com a quantidade de alimentos ingeridos: 41% disseram levar de duas a três horas entre a ceia e a sobremesa, 39% cerca de uma hora, 13% entre quatro e cinco horas e 7% mais do que seis horas. Em paralelo, 57% das pessoas afirmam ficar mais uma hora petiscando, 26% de duas a três horas, 9% de quatro a cinco horas e 8% mais do que seis horas. "Quanto mais tempo em mesa, maior a propensão a exagerar, pela exposição à comida e aos petiscos", ressalta o médico nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Abran.

Como sobremesa, doces e frutas são os mais consumidos, por 45% dos pesquisados, seguidos por doces isoladamente, escolhidos por 34% (Foto: Pixabay)

E depois da ceia?

As sensações pós-ceia também foram questionadas. O sentimento de felicidade está presente para 44% das pessoas, assim como tranquilidade para 37% delas. Já os sentimentos de culpa (15%), exaustão (12%), tristeza (4%) e raiva (2%) também foram relatados. Uma das respostas comenta sobre impotência e frustração por não conseguir manter um objetivo.

O exagero maior, segundo 46% dos pacientes, é na noite de Natal, seguido por 35% que mostraram abusar nos dois dias e 19% apenas no almoço. No dia após o Natal, a compensação relatada por 47% é encontrada em forma de redução alimentar, ou seja, diminuir o ritmo e comer menos. Além disso, a prática de exercícios foi lembrada por 29% dos pacientes, além de fazer jejum, por 7%. "As escolhas e substituições devem ser conscientes durante todo o ano. Permitir-se é bom, mas saber as consequências é ideal para conseguir chegar à moderação", esclarece Ribas.

Os preferidos no Natal

Em relação aos alimentos favoritos do Natal, as tradicionais carnes brancas foram as mais lembradas, por 70% das pessoas, seguidas por frutas, castanhas e nozes (62%), saladas (59%), farofa (58%), salpicão (53%), arroz (51%), carnes suínas como leitão e pernil (38%), maionese (24%), e carnes vermelhas bovinas (14%). Como sobremesa, doces e frutas são os mais consumidos, por 45% dos pesquisados, seguidos por apenas doces, escolhidos por 34%, e apenas frutas, por 18%.

Quando questionados sobre opções mais saudáveis, os mais lembrados para a ceia são: salada especial (53%), sementes e cereais (27%), pães integrais (17%) e arroz integral (17%). Para 34%, não existem opções saudáveis na ceia.

Na seção de bebidas, as alcoólicas são as mais pedidas, por mais de 50% das pessoas. Também foram mencionados água, por 41% delas, refrigerantes, por 29%, sucos naturais, por 23%, água com gás (12%) e sucos industrializados (6%).

Pão integral foi citado por 17% dos entrevistados quando o assunto foi opção saudável na ceia natalina (Foto: Pixabay)

Sobre os tipos de bebidas alcoólicas, 38% consomem vinho tinto, 36% bebem espumantes, 18% cerveja, 5% uísque e 3% vodca. Muitas das respostas comentavam que era quase incontável o consumo da bebida alcoólica.

Para o médico nutrólogo, se a pessoa não tem restrições alimentares, o importante é não proibir totalmente nenhum tipo de alimento ou bebida. "Vemos muitos pacientes que exageram nas festas de fim de ano e passam o ano seguinte inteiro tentando compensar os exageros. Há de que se entender que hábitos alimentares não mudam de uma hora para outra. Existem medidas que devemos aprender para a nossa vida", conclui Ribas.