Parceria entre Lika e Secretaria de Saúde de PE ajudará a esclarecer mortes associadas a arboviroses

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 29/11/2017 às 10:47
Pernambuco também lançará documento para padronizar as informações relacionadas à investigação das mortes suspeitas e, com isso, agilizar o fechamento dos casos (Foto: Fernando da Hora/Acervo JC Imagem)
Pernambuco também lançará documento para padronizar as informações relacionadas à investigação das mortes suspeitas e, com isso, agilizar o fechamento dos casos (Foto: Fernando da Hora/Acervo JC Imagem) FOTO: Pernambuco também lançará documento para padronizar as informações relacionadas à investigação das mortes suspeitas e, com isso, agilizar o fechamento dos casos (Foto: Fernando da Hora/Acervo JC Imagem)

Com o lançamento do Plano de Enfrentamento das Arboviroses para 2018, realizado ontem, Pernambuco promete dar uma resposta célere ao volume de óbitos suspeitos de infecção por dengue, chicungunha e/ou zika. Das 113 mortes registradas este ano, 60% ainda precisam ter a causa concluída. A demora na avaliação é principalmente explicada pelo trâmite seguido para se realizar exames específicos no Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará. Essa investigação laboratorial, que demora de três a cinco meses, passará a ser encerrada em até um mês para os casos de Pernambuco, graças a uma parceria firmada entre o Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e a Secretaria Estadual de Saúde (SES).

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“O nosso laboratório de referência é o IEC, que atende uma demanda grande, de todo o Norte e Nordeste. Isso atrasa os resultados. Com o Lika, a proposta é agilizar essa resposta. Para a realização dos testes de diagnóstico, os insumos estão sendo adquiridos, e os profissionais foram capacitados pelo CDC (sigla em inglês para Centro de Prevenção e Controle de Doenças, dos Estados Unidos)”, diz a gerente de Controle das Arboviroses da SES, Claudenice Pontes.

Os testes serão feitos a partir de técnicas de imunohistoquímica, que buscam a presença de antígenos na amostra estudada e bastante usadas para detecção dos vírus em fragmentos de vísceras. A compreensão da causa dos óbitos associados à infecção por dengue, chicungunha e/ou zika é importante porque clareia as interrogações de especialistas sobre fatores (associados às arboviroses) que podem favorecer as mortes. Além disso, com casos elucidados, as autoridades de saúde ganham a chance de elaborar estratégias futuras durante a ocorrência de novas epidemias.

Previsão

A parceria entre a SES e o Lika deve ser colocada em prática a partir de fevereiro do ano que vem, segundo o professor José Luiz de Lima Filho, diretor do laboratório. “Há mais de um ano, realizamos esse tipo de teste, que auxilia diagnósticos para fins de pesquisa. Na próxima semana, será realizada uma reunião com o Ministério da Saúde, que é parceiro do projeto, para discutirmos algumas questões, como pequenas adaptações nos nossos laboratórios”, informa José Luiz.

Ainda durante a apresentação do plano de contingência do mosquito, a SES anunciou que elabora um Protocolo de Vigilância dos Óbitos Suspeitos por Arboviroses. O objetivo do documento é padronizar as informações para a investigação das mortes suspeitas e, com isso, agilizar o fechamento dos casos.