Cai taxa de doentes com arboviroses no Recife, mas circulação dos vírus e risco de surto permanecem

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 27/11/2017 às 10:18
Taxa de doentes com dengue, zika e chicungunha despencou, mas números absolutos confirmam que os vírus continuam a circular. Isso leva autoridades de saúde a fazerem uma inferência que não pode ser menosprezada: o risco de epidemias das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti perdura (Foto ilustrativa: Pixabay)
Taxa de doentes com dengue, zika e chicungunha despencou, mas números absolutos confirmam que os vírus continuam a circular. Isso leva autoridades de saúde a fazerem uma inferência que não pode ser menosprezada: o risco de epidemias das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti perdura (Foto ilustrativa: Pixabay) FOTO: Taxa de doentes com dengue, zika e chicungunha despencou, mas números absolutos confirmam que os vírus continuam a circular. Isso leva autoridades de saúde a fazerem uma inferência que não pode ser menosprezada: o risco de epidemias das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti perdura (Foto ilustrativa: Pixabay)

Com 3.055 registros de pessoas que adoeceram com sintomas de dengue, chicungunha e zika este ano, a capital pernambucana apresenta uma redução de 90,2% dos casos notificados das arboviroses, em comparação ao mesmo período do ano passado. O percentual revela que a taxa de doentes despencou, mas os números absolutos confirmam que os vírus continuam a circular. Isso leva autoridades de saúde a fazerem uma inferência que não pode ser menosprezada: o risco de epidemias das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti perdura. Por reconhecer essa possibilidade, a Prefeitura do Recife lançou, na sexta-feira (24), o Plano de Enfrentamento às Arboviroses para 2018.

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O planejamento do ano que vem inclui um convite mais expressivo para a população. Agora, passada a fase de trabalho nos domicílios (onde se concentra a maior parte de possíveis criadouros), o trabalho de combate destaca as Brigadas contra o Mosquito Aedes aegypti. Elas são formadas por grupos de pessoas engajadas com a causa em empresas públicas e privadas, que serão capacitadas para atuar na prevenção e controle do mosquito.

Oito instituições, em todo o Recife, já aderiram à iniciativa. Entre elas, o Colégio Fazer Crescer. Com a entrada de uma entidade de ensino no plano de enfrentamento, a ideia é passar o conhecimento para as crianças e os adolescentes, que são multiplicadoras de mensagens. Quando compreendem o processo de transmissão dos vírus e as doenças por eles transmitidas, os alunos estimulam as famílias a mudarem comportamentos para evitar focos do mosquito e consequentemente diminuir o risco de transmissão das arboviroses. “Em casa, minha família tem cuidado para a água não ficar acumulada na tigela da cadelinha. E ficamos atentos aos pratos que ficam sob as plantas e ao telhado, que não pode acumular água das chuvas”, relata a estudante Marina Berenguer, 13 anos. Ela assistiu às orientações de combate ao Aedes ao lado da colega Maria Clara Belfort, 13.

O plano de combate ao Aedes para 2018, segundo Jailson Correia, é manter as ações de enfrentamento ao mosquito para diminuir, cada vez mais, o risco de epidemia (Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem)

Os participantes das brigadas serão capacitados para realizar uma inspeção semanal capaz de identificar ambientes favoráveis a possíveis focos do vetor e instalar ovitrampas (armadilhas), que diminuem a possibilidade de criadouros do mosquito. “O plano para 2018 é uma continuação e um avanço no trabalho que vem sendo feito e que garantiram resultados significativos. As brigadas também ajudarão porque, com elas, estamos engajando as empresas e repartições públicas”, explica o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia.