Mais de 300 bebês com suspeita de microcefalia/zika ainda aguardam diagnóstico em PE

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 12/11/2017 às 8:04
"O fechamento do diagnóstico é realizado a partir de vários critérios que envolvem informações desde a gestação. É importante o exame clínico e os neurológicos para uma avaliação mais segura da situação da criança", explica a neurologista Vanessa Van Der Linden, que participou do mutirão (Foto: Miva Filho/SES/Divulgação)
"O fechamento do diagnóstico é realizado a partir de vários critérios que envolvem informações desde a gestação. É importante o exame clínico e os neurológicos para uma avaliação mais segura da situação da criança", explica a neurologista Vanessa Van Der Linden, que participou do mutirão (Foto: Miva Filho/SES/Divulgação) FOTO: "O fechamento do diagnóstico é realizado a partir de vários critérios que envolvem informações desde a gestação. É importante o exame clínico e os neurológicos para uma avaliação mais segura da situação da criança", explica a neurologista Vanessa Van Der Linden, que participou do mutirão (Foto: Miva Filho/SES/Divulgação)

Mesmo após o mutirão para fechar diagnóstico de crianças com suspeitas de síndrome congênita do zika (SCZ)/microcefalia, realizado na sexta-feira (10), na Policlínica Lessa de Andrade, no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, Pernambuco permanece com 310 casos em investigação. A ação foi realizada pela Prefeitura do Recife, em parceria com o Governo de Pernambuco, após pouco mais de dois anos dos primeiros nascimentos de bebês que apresentavam mudança no padrão de ocorrência da microcefalia.

A expectativa do mutirão, segundo a diretora de Assistência à Saúde do Recife, Eliane Germano, era esclarecer o diagnóstico de 50 crianças existentes no banco de dados como suspeitas/inconclusivos de microcefalia e fornecer orientações a essas famílias. Mas apenas 26 crianças compareceram à mobilização (24 casos descartados, 1 confirmado e 1 continua em investigação), de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES).

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Os atendimentos realizados no Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) da Policlínica Lessa de Andrade reuniram pacientes da capital pernambucana e dos municípios de Jaboatão dos Guararapes e Camaragibe. Foi realizada uma busca ativa das crianças notificadas como suspeitas de microcefalia. Também foram investidos esforços na busca/convencimento daquelas consideradas como casos inconclusivos. Ainda foi articulado um sistema de transporte para essas famílias, utilizando veículos disponibilizados pelos distritos sanitários e pela SES.

Além de três neurologistas, o mutirão contou com uma equipe multidisciplinar, formada por assistentes sociais, psicólogos e enfermeiros, dando suporte às famílias. Profissionais da SES, por meio do Núcleo de Apoio às Famílias com Microcefalia, também forneceram apoio técnico.

No caso da criança com diagnóstico confirmado, foi feito encaminhado para as unidades de referência para reabilitação. Para os casos descartados da síndrome, o acompanhamento continua sendo feito pela unidade básica de saúde próxima à residência durante os cinco primeiros anos de vida.

Saiba mais

Este foi o décimo mutirão de diagnóstico realizado no Estado, sendo o sétimo no Recife, que já promoveu os atendimentos na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), no Hospital Barão de Lucena, no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco e na Unidade Pública de Atendimento Especializado (UPAE) do Arruda. Os demais foram em Petrolina, no Sertão, e em Caruaru, no Agreste. Juntos, foram realizados 727 atendimentos, com 60 casos confirmados. O Hospital Mestre Vitalino (HMV), em Caruaru, ainda realizou dois mutirões de ortopedia e gastropediatria, totalizando 146 atendimentos.

Desde o início das notificações da SCZ/microcefalia, em julho de 2015, até o momento, foram contabilizados 2.403 casos em todo Estado. Desses, 439 foram confirmados, 1.654 descartados e 310 estão em investigação.