Engordar aumenta o risco de desenvolver câncer de mama; endocrinologista explica

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 08/10/2017 às 9:29
Médica destaca que, a cada cinco quilos a mais que a mulher ganha, entre a fase de adulta jovem até os 60 anos, aumenta-se em torno de 30% o risco de câncer de mama (Foto: Free Images)
Médica destaca que, a cada cinco quilos a mais que a mulher ganha, entre a fase de adulta jovem até os 60 anos, aumenta-se em torno de 30% o risco de câncer de mama (Foto: Free Images) FOTO: Médica destaca que, a cada cinco quilos a mais que a mulher ganha, entre a fase de adulta jovem até os 60 anos, aumenta-se em torno de 30% o risco de câncer de mama (Foto: Free Images)

Num País em que a obesidade atinge 19,6% das mulheres e 18,1% dos homens (sim, no Brasil, o diagnóstico é mais prevalente no sexo feminino), segundo dados recentes do Ministério da Saúde, especialistas reforçam a necessidade de se frear a curva crescente do excesso de peso, que abre portas para várias doenças – incluindo o câncer de mama, que responde por cerca de 30% dos casos novos de todos os tumores a cada ano, estima o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca).

Assista ao programa, na TV JC, sobre obesidade:

“A cada cinco quilos a mais que a mulher ganha, entre a fase de adulta jovem até os 60 anos, aumenta-se em torno de 30% o risco de câncer de mama”, destaca a endocrinologista Maria Amazonas, diretora da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia/Regional Pernambuco. Na sexta-feira (6), ela participou do programa Casa Saudável, na TV JC, para alertar que a obesidade é uma doença crônica, que tende a se agravar com o passar dos anos, se a pessoa não for submetida a um tratamento adequado e contínuo.

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“E na mulher, a obesidade entra como fator de risco para o câncer de mama, principalmente após a menopausa. As células gordurosas têm a capacidade de produzir uma quantidade alta de estrogênio (hormônio feminino), o que favorece o desenvolvimento de tumores que são hormoniodependentes (como alguns casos de câncer de mama)”, explica.

"O abdome é a região onde a gordura tende a se concentrar na menopausa. Isso leva à reação inflamatória, que beneficia o crescimento celular tumoral. Assim, eleva-se o risco de câncer de mama e de outros tipos", destaca a endocrinologista Maria Amazonas (Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem)

Os onco e mastologistas também reconhecem que a obesidade pode ampliar as chances de a população feminina desenvolver o tumor. Mas o cenário pode ser combatido, já que o sobrepeso é um fator de risco modificável – ou seja, tem chance de ser revertido com intervenções que afetam o estilo de vida, como prática de exercícios, alimentação balanceada e uso de medicamentos, quando necessários.

Além de a obesidade aumentar as células gordurosas, que produzem maior quantidade de estrogênio (aumentando o risco de câncer de mama), ela pode ser ainda mais maléfica quando se acumula no abdome. “É a região onde a gordura acaba se concentrando nas mulheres na menopausa. Isso leva a uma capacidade de provocar uma reação inflamatória no organismo, que beneficia o crescimento celular tumoral. Dessa maneira, eleva-se o risco de câncer de mama e de diversos outros tipos, como o de intestino, esôfago, rim e endométrio”, finaliza Maria Amazonas.