Outubro Rosa: Começa o mês de conscientização e combate ao câncer de mama

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 01/10/2017 às 11:06
O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano (Foto: Helia Scheppa/Acervo JC Imagem)
O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano (Foto: Helia Scheppa/Acervo JC Imagem) FOTO: O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano (Foto: Helia Scheppa/Acervo JC Imagem)

A partir deste domingo, uma série de mensagens voltam a ser compartilhadas para conscientizar que milhares de vidas podem ser salvas todos os anos no mundo, inclusive no Brasil, onde apenas o câncer de mama mata 14 mulheres a cada 100 mil habitantes.

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Neste ano, o Outubro Rosa (movimento que nasceu para compartilhar informações sobre a doença) tem como missão fortalecer a participação das pacientes no controle do câncer de mama. Para isso, o conhecimento sobre a doença e o estímulo para as mulheres ficarem atentas precisam chegar a todos os lares brasileiros.

Assista ao programa Casa Saudável, na TV JC, sobre o assunto:

“A Sociedade Brasileira de Mastologia foi muito feliz ao colocar o acesso como palavra-chave da campanha. É o acesso à informação, ao diagnóstico precoce e ao tratamento em tempo oportuno que possibilitam o controle do câncer de mama”, destaca o médico João Esberard, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia/Regional Pernambuco.

O depoimento dele alerta para um cenário que precisa ser colocado em prática no País: a doença, que representa mundialmente o tipo de câncer com maior incidência e mortalidade nas mulheres, exige pressa e descarta burocracia. Infelizmente, essa morosidade (no atendimento, na realização dos exames, no diagnóstico e no acesso a tratamento) impede as pacientes de terem o controle da enfermidade, cujas chances de cura podem chegar até a 100% dos casos. Para isso, é preciso detectar o tumor precocemente, com menos de um centímetro.

"A forma com que o diagnóstico é dado faz a diferença. É um momento de fragilidade para a paciente, que precisa ser confiante no médico”, diz o mastologista João Esberard (Foto: Luiz Pessoa/JC Imagem)

“No Brasil, apenas 20% dos diagnósticos do câncer de mama são dados em fase muito inicial. Nos Estados Unidos, esse percentual é de 80%”, informa o médico Darley de Lima Ferreira Filho, presidente do 20º Congresso Brasileiro de Mastologia, que será realizado de 18 a 21 deste mês em Ipojuca, Litoral Sul de Pernambuco. Além da detecção do tumor, o acompanhamento da paciente regularmente ainda é um desafio para os médicos. Ou seja, não adianta só oferecer mamografia diariamente, em todos os cantos da cidade. É fundamental o governo investir numa linha de cuidado para não perder a chance de salvar vidas.

"O autoexame não dá o diagnóstico, mas tem a sua importância no nosso País, onde o acesso à assistência básica ainda é precário”, frisa o mastologista Darley Ferreira (Foto: Luiz Pessoa/JC Imagem)

“No ano passado, fizemos uma ação no Parque da Jaqueira (Zona Norte do Recife). Das 50 mulheres que fizeram mamografia, só a metade foi buscar o resultado”, diz Darley. Por que isso acontece? A resposta está na rede de saúde fragmentada, que nem sempre oferece à paciente a garantia de que ela terá diagnóstico, realização de exames e tratamento em tempo hábil para debelar a doença. Nesse cenário, é difícil assumir o controle do câncer, mas cada mulher pode ser incentivada e encorajada (seja pelos profissionais de saúde ou pela família) a exigir o melhor para a saúde, a participar das decisões sobre o tratamento e especialmente a lutar pelos próprios direitos.