Sedentarismo leva a um círculo vicioso; entenda por que ele é um dos principais inimigos da saúde

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 23/09/2017 às 14:22
O sedentarismo favorece o desenvolvimento de várias doenças. Por outro lado, pessoas que praticam atividade física passam a ter os vasos sanguíneos mais 'abertos', o que mantém a pressão arterial sob controle (Foto: Filipe Jordão/JC Imagem)
O sedentarismo favorece o desenvolvimento de várias doenças. Por outro lado, pessoas que praticam atividade física passam a ter os vasos sanguíneos mais 'abertos', o que mantém a pressão arterial sob controle (Foto: Filipe Jordão/JC Imagem) FOTO: O sedentarismo favorece o desenvolvimento de várias doenças. Por outro lado, pessoas que praticam atividade física passam a ter os vasos sanguíneos mais 'abertos', o que mantém a pressão arterial sob controle (Foto: Filipe Jordão/JC Imagem)

O brasileiro não se exercita na frequência e na intensidade recomendadas pelos especialistas em saúde. No País, 62,4% das pessoas não praticam atividade física regularmente no tempo livre, segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde. O fato é que corremos o risco de pagar um preço alto por causa da inatividade física.

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“O sedentarismo impacta bastante a saúde cardiovascular porque, primeiramente, quem não pratica exercícios tende a ter sobrepeso. O acúmulo de gordura abdominal é nocivo por liberar substâncias que alteram o metabolismo da glicose, que predispõe a diabetes tipo 2 (aquela relacionada a hábitos de vida pouco saudáveis). Mas antes de desenvolver a doença, as pessoas apresentam alterações na insulina, o que eleva a pressão arterial. Por isso, hipertensão e diabetes são problemas tão associados”, explica o cardiologista Hermilo Borba Griz, preceptor da residência de cardiologia do Hospital Agamenon Magalhães, no Recife. Por outro lado, de acordo com o médico, pessoas que praticam atividade física passam a ter os vasos sanguíneos mais ‘abertos’, o que mantém a pressão arterial sob controle.

Assista ao programa, na TV JC, sobre saúde do coração e hábitos de vida saudáveis 

A hipertensão arterial preocupa porque, se não tratada, pode levar a derrames cerebrais, doenças do coração como infarto, insuficiência cardíaca e angina (dor no peito), à insuficiência renal ou paralisação dos rins e a alterações na visão que podem ocasionar cegueira. “Vivemos num meio nocivo para adoecer. A mudança no estilo de vida que tem ocorrido favorece o sedentarismo, a alimentação inadequada e o estresse, que pode levar a alterações na pressão e na glicose, como também provocar taquicardia (caracterizada pelo aceleração do coração em situações que exigem mais bombeamento de sangue, como o estresse)”, destaca Hermilo.

"Vivemos num meio nocivo para adoecer. A mudança no estilo de vida que tem ocorrido favorece o sedentarismo, a alimentação inadequada e o estresse", diz o cardiologista Hermilo Borba Griz (Foto: JC Imagem)

A alimentação em excesso e inadequada também abre portas para o sobrepeso, que eleva os níveis de triglicérides e de LDL, a fração ruim do colesterol. “São condições que levam a um acúmulo de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos, o que contribui para o entupimento (das artérias), favorecendo infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral”, conclui Hermilo.