Alzheimer: conheça 9 atitudes que você pode começar a adotar para diminuir o risco da doença

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 21/09/2017 às 9:28
Um estudo publicado recentemente no The Lancet (revista médica britânica) mostrou que a adoção de um conjunto de medidas pode diminuir em 35% a chance de desenvolvimento de Alzheimer (Foto: Pixabay)
Um estudo publicado recentemente no The Lancet (revista médica britânica) mostrou que a adoção de um conjunto de medidas pode diminuir em 35% a chance de desenvolvimento de Alzheimer (Foto: Pixabay) FOTO: Um estudo publicado recentemente no The Lancet (revista médica britânica) mostrou que a adoção de um conjunto de medidas pode diminuir em 35% a chance de desenvolvimento de Alzheimer (Foto: Pixabay)

A cada três segundos no mundo, segundo a Federação Internacional de Alzheimer, há um novo caso de demência – nome que designa síndromes cerebrais degenerativas e progressivas que afetam a memória, o pensamento e o comportamento. A doença de Alzheimer, cujo dia mundial é lembrado nesta quinta-feira (21), é o tipo de demência mais comum, sendo responsável por até 70% dos casos. Associada ao envelhecimento, as síndromes demenciais estão cada vez mais frequentes e afetam a vida de 50 milhões de pessoas no planeta. Esse número deve aumentar para 131,5 milhões de doentes em 2050, caso estratégias de redução de risco não forem implementadas.

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Apesar de não existirem atitudes capazes de garantir 100% que a doença de Alzheimer não se desenvolva ao longo da vida, especialistas asseguram que hábitos saudáveis podem ajudar a reduzir a possibilidade de se ter a enfermidade. “Um estudo publicado recentemente no The Lancet (revista médica britânica) mostrou que a adoção de nove medidas em conjunto pode diminuir em 35% a chance de desenvolvimento de Alzheimer”, destaca o médico Alexandre de Mattos, preceptor de geriatria do Hospital Universitário Oswaldo Cruz da Universidade de Pernambuco. Entre os fatores de risco modificáveis e passíveis de controle, estão sedentarismo, perda auditiva, hipertensão arterial, diabete, obesidade, tabagismo e depressão.

"Nada atualmente garante 100% a eliminação total do risco de desenvolvimento de Alzheimer, mas há medidas que podemos adotar para diminuir essa possibilidade", destaca o geriatra Alexandre de Mattos (Foto: André Nery/Acervo JC Imagem)

Confira as 9 mudanças de estilo de vida que podem reduzir o risco de demência

1. Aumentar o nível de atividade intelectual

2. Tratar a perda auditiva

3. Fazer exercícios físicos regularmente

4. Controlar a hipertensão arterial

5. Controlar a diabetes tipo 2

6. Perder peso e evitar a obesidade

7. Cessar o tabagismo

8. Tratar a depressão

9. Evitar o isolamento social

O envelhecimento é um fator de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer, já que os idosos compreendem a faixa etária mais acometida por esse tipo de demência (Foto ilustrativa: Pixabay)

Dessa maneira, o estilo de vida saudável pode ter um peso importante para blindar, em cerca de um terço, o cérebro contra Alzheimer. “A impressão é que o dado é pequeno, mas é significante do ponto de vista de saúde coletiva, pois muitos casos da doença podem nem se manifestar através da mudança de comportamentos”, frisa Alexandre de Mattos. Ele tira dúvidas hoje sobre o tema, durante o programa Casa Saudável, às 14h, com transmissão pela página do Portal NE10 no Facebook e pelo canal da TV JC no YouTube.

Segundo o geriatra, os casos (65%) que dificilmente podem ser evitados representam pessoas que têm genes de predisposição para a demência. Instalada a doença, o foco do tratamento é controlar sintomas como alterações na memória, mudança de personalidade, alucinação e apatia. Com o diagnóstico precoce, o tratamento medicamentoso e as terapias possibilitam uma melhor qualidade de vida aos pacientes.

Entre eles, está o carteiro aposentado Mário Gonzaga de Melo, que completa 90 anos no próximo mês. “Há cinco anos, ele faz tratamento. Procuramos uma neurologista assim que apareceram os primeiros sintomas. E certamente se o acompanhamento médico não tivesse começado logo, o problema seria maior”, conta a filha de Mário, a professora de história Ana Maria de Melo, 52. Ela é cuidadora do pai e relata que, além de administrar as medicações, precisa organizar a rotina de sono e alimentação. “Além disso, estimulamos sempre as habilidades que ele ainda preserva, como a leitura”, acrescenta Ana Maria, com a certeza de que o cuidado oferece não apenas afeto, mas também funciona como uma ação terapêutica.